sábado, 7 junho 2025

Acre registrou 213 mortes por intervenção policial nos últimos anos; promotor cobra câmeras corporais

Por Aikon Vitor, da Folha do Acre

O Ministério Público do Acre (MPAC) instaurou um inquérito civil para acompanhar a implementação das câmeras corporais por policiais militares no estado. Em entrevista, o promotor de Justiça Rodrigo Curti denunciou a lentidão do governo na adoção da medida. Curti afirmou que o estado do Acre tem demonstrado “morosidade injustificável na implementação dessa iniciativa”.

Entre as justificativas apresentadas pelo governo estadual está a falta de recursos para equipar toda a corporação. Recentemente, a administração abriu licitação para a contratação de 260 câmeras.

A proposta, aprovada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, prevê o uso dos equipamentos por 808 policiais militares, incluindo os integrantes dos batalhões de Rio Branco (1º, 2º e 3º), unidades especializadas, Bope, BPTRAN e BPA. O investimento previsto é de R$ 2.909.899,20.

Rodrigo Curti ressaltou a gravidade das mortes em intervenções policiais no estado. “No Acre, o histórico é preocupante: segundo o painel de indicadores da segurança pública, entre 2014 e 2025 foram registradas 213 mortes por intervenção policial, sendo 11 somente no último ano. São números que, isoladamente, já demandariam pronta reação e modernização das práticas de policiamento ostensivo”, considerou.

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