A crise de infecções respiratórias que atinge crianças no Acre tem levado a uma pressão sem precedentes sobre o sistema de saúde do estado. Com o avanço do vírus sincicial respiratório (VSR) e o aumento de casos de bronquiolite, o Hospital da Criança, em Rio Branco, enfrenta uma situação alarmante. Dos 20 leitos de UTI pediátrica disponíveis, 19 estão ocupados, o que tem dificultado o atendimento de novos casos graves.
Além da sobrecarga nas UTIs, os setores de internação clínica também estão com a capacidade quase esgotada. Das 50 camas destinadas ao atendimento pediátrico, 44 estão em uso. A situação tem sido desafiadora, já que a maioria das internações é provocada por complicações relacionadas ao VSR, um vírus que afeta principalmente crianças pequenas, causando dificuldades respiratórias graves.
A bronquiolite, doença respiratória comum em bebês e crianças de até dois anos, tem sido a principal complicação. Os sintomas incluem tosse persistente, chiado no peito, febre e dificuldade para respirar. Em alguns casos, a gravidade exige o uso de ventilação mecânica, com internação nas UTIs.
Segundo o boletim de Síndromes Respiratórias Agudas Graves, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, o número de notificações de gripe em crianças de até 9 anos superou 240 entre as semanas 1 e 15 de 2025. O aumento da circulação de vírus respiratórios nesta temporada tem contribuído para a alta nos casos, colocando o sistema de saúde infantil em alerta máximo.
Profissionais de saúde pedem atenção redobrada às crianças com sintomas respiratórios e orientam os pais a procurarem atendimento médico imediato. A situação continua crítica, e especialistas temem que, se a demanda por internações continuar crescendo, o sistema de saúde infantil não tenha estrutura para atender a todos os casos.