O Rio Acre alcançou nesta terça-feira (13) a quarta menor cota registrada para a data nos últimos 11 anos, com 4,32 metros de profundidade, conforme medição feita às 6h da manhã pela Defesa Civil de Rio Branco. A informação foi confirmada pelo coordenador do órgão, coronel Cláudio Falcão, que alertou para o início do período de estiagem e a possibilidade de uma seca semelhante à de 2024, considerada a mais severa da história do estado.
Desde o dia 17 de março, o nível do rio apresentou uma redução de 11,5 metros, passando de 15,88 metros para os atuais 4,32 metros. De acordo com o coronel, o atual cenário só não é mais crítico devido ao elevado volume de chuvas registrado em abril, que foi o segundo mês mais chuvoso da última década, ficando atrás apenas de 2018. A intensificação das chuvas foi atribuída ao enfraquecimento do fenômeno La Niña.
Apesar disso, a situação preocupa. “Estamos no início da estiagem e a tendência é que o nível do rio continue baixando. Se o ritmo atual se mantiver, podemos ter uma seca tão grave quanto a de 2024, o que já seria um cenário bastante preocupante”, afirma Falcão.
O impacto da crise hídrica vai além do meio ambiente e atinge diretamente a economia local, especialmente a agricultura familiar. Em 2024, produtores rurais perderam cerca de 50% da produção agrícola, afetados por uma combinação extrema: uma cheia histórica no início do ano e uma estiagem severa nos meses seguintes.
“Eles foram atingidos duas vezes. A cheia comprometeu boa parte das lavouras e, logo depois, a seca prolongada agravou a situação. Isso causou um prejuízo significativo na produção e elevou o custo dos alimentos na zona urbana”, explica o coronel.
Para minimizar os danos, a Defesa Civil e a prefeitura de Rio Branco intensificaram as ações emergenciais. Apenas nesta segunda-feira (12), foram distribuídas 5,7 toneladas de alimentos a produtores da zona rural. A assistência deve continuar nos próximos meses, incluindo o fornecimento de água potável, cestas básicas e outras medidas de suporte.
“O nosso clima é de extremos. Ou enfrentamos enchentes severas, ou estiagens históricas. Precisamos estar preparados para ambos os cenários”, conclui o coordenador.
Com informações agazeta.net