quarta-feira, 28 maio 2025

“Não dá para querer tirar o brasileiro que batalhou tanto para ser acreano”, diz Tanízio ao criticar embargos no setor agropecuário

Redação Folha do Acre

Durante sessão realizada nesta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), o deputado Tanízio Sá (MDB) saiu em defesa dos trabalhadores do setor agropecuário, que têm sido impactados pelos embargos de propriedades rurais no estado. A fala do parlamentar foi marcada por forte apelo social e pela cobrança de medidas urgentes para garantir o direito à produção e à permanência na terra.

O emedebista começou sua fala cumprimentando os profissionais da saúde presentes na galeria da Aleac, aos quais também declarou apoio na luta pela atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria. O deputado destacou que tem familiares que atuam na saúde pública e reconheceu a defasagem enfrentada pelos servidores. “Vocês enfrentaram a maior pandemia da história da humanidade. Podem contar com nosso apoio”, afirmou.

Em seguida, voltou-se ao tema central de seu discurso: a situação crítica enfrentada por produtores rurais em razão dos embargos. De acordo com o parlamentar, cidades inteiras do interior do Acre estão sendo afetadas por decisões administrativas tomadas à distância, muitas vezes sem diálogo com a realidade local. “Hoje vivemos da terra. Não temos minério, não temos petróleo. A base da nossa economia é o agronegócio. E estão querendo tomar as terras de quem passou a vida inteira trabalhando”, declarou.

O deputado mencionou o caso do Ramal do Cassirian, região de Sena Madureira, onde, segundo ele, cerca de 40 mil cabeças de gado deverão ser retiradas da região em razão de embargos. Tanízio relatou ainda denúncias de ações truculentas durante fiscalizações, como arrombamentos de residências na frente de crianças. “Imagina o constrangimento dessas crianças. Qual é o crime que elas cometeram? Ter nascido na roça? Serem filhas de trabalhadores que vivem do que produzem? ”, questionou.

Diante da gravidade do problema, o parlamentar propôs a realização de uma audiência pública com órgãos de controle, como Ibama, Incra, Imac, Iteracre e Ministério Público, para discutir soluções. “Está na hora de chamar a responsabilidade. Não podemos aceitar que esses trabalhadores sejam tratados como bandidos”, enfatizou.

Tanízio Sá também criticou a postura do governo federal em relação ao Acre e anunciou que não participará mais de eventos como a Conferência das Partes (COP), voltados à pauta ambiental, enquanto o estado for penalizado injustamente. “O Acre é o estado que mais preservou floresta no país. E agora estão embargando os 15% onde se produz. É disso que a gente vive”, concluiu.

O deputado encerrou sua fala solicitando, em questão de ordem, que uma comissão de representantes do agronegócio acreano seja recebida na Aleac, como parte do esforço para buscar alternativas e defender os direitos dos produtores locais.

Ascom Aleac

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