O secretário de Assistência Social de Rio Branco, em pronunciamento à imprensa, afirmou nesta quarta-feira (21) que a transferência do Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop) para o bairro Castelo Branco durante a madrugada faz parte de um plano mais amplo de reordenamento da política pública voltada à população em situação de rua. A mudança ocorreu durante a madrugada e gerou críticas e desinformações nas redes sociais, segundo o gestor.
De acordo com ele, a medida visa evitar que pessoas que não precisam do serviço se beneficiem indevidamente da estrutura pública, algo que, segundo o secretário, vinha ocorrendo na sede anterior. “A partir de agora, vamos conseguir atender quem, de fato, está em situação de rua”, afirmou.
O novo local será utilizado para atendimento técnico, triagens e encaminhamentos a equipamentos públicos de acolhimento, como a Casa Dona Elza, que passa por reformas, e outras unidades em processo de locação. O secretário enfatizou que ninguém irá “dormir ou se alimentar” no novo centro, que funcionará como espaço de referência e orientação.
Entre os principais objetivos da pasta, está o retorno de pessoas em situação de rua ao convívio familiar. Para isso, serão realizadas rodas de conversa e triagens com suporte de uma equipe técnica. Quando necessário, a secretaria pretende oferecer apoio material às famílias, como sacolões e colchões. “O que queremos é que a família receba a sua família de volta”, declarou.
Outras medidas incluem a ampliação do aluguel social — atualmente com dez beneficiários — e parcerias com casas terapêuticas. O secretário reconheceu que nem todos têm condições de viver sozinhos, mas garantiu que a política de reintegração será aplicada com base em laudos técnicos.
A transferência do equipamento social para o novo endereço foi realizada durante a madrugada, o que gerou repercussão. Segundo o secretário, a decisão teve caráter logístico: “De dia temos que atender o cidadão. À noite é quando conseguimos fazer mudanças sem prejudicar o serviço.”
Ele confirmou que viaturas da Polícia Militar acompanharam a operação para garantir a segurança dos servidores, após denúncias de ameaças. O Ministério Público acompanha o caso, e o secretário afirma ter encaminhado nomes de pessoas suspeitas de intimidação aos proprietários da nova casa alugada para a unidade.
Questionado sobre a origem de críticas à mudança, o secretário afirmou que algumas pessoas que se manifestaram não eram usuárias do Centro Pop, mas moradores de outros bairros que se faziam passar por pessoas em situação de rua.
O prédio que abrigava o Centro Pop no centro da cidade será devolvido ao Tribunal de Justiça do Acre, proprietário do imóvel. Ainda não há definição oficial sobre o futuro uso da estrutura.
O secretário declarou que a mudança foi planejada em conjunto com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública e organizações da sociedade civil, por meio de um comitê gestor. Entre as ações futuras, está a instalação de câmeras de videomonitoramento na região do novo centro, por meio do programa Rio Branco Mais Segura, e a solicitação ao governo do Estado para reforço no policiamento local.
Ele também criticou setores que, segundo ele, tentam politizar a mudança. “Tem muita gente com interesse político tentando desorganizar com desinformação. Isso é prejudicial. Mas o serviço de qualidade vai calar essas pessoas”, afirmou.