Durante a sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira, 20, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Emerson Jarude (Novo) fez duras críticas ao governo ao comentar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. O parlamentar chamou atenção para o crescente rombo na previdência estadual e cobrou providências efetivas por parte do Executivo.
Jarude destacou que, desde que assumiu o mandato em 2023, vem alertando sobre a necessidade de ações concretas para conter o déficit previdenciário. Segundo ele, a proposta da LDO mais uma vez evidencia o problema, com uma previsão de aumento significativo nos gastos com aposentadorias.
“De um ano para o outro, se gastava R$ 1 bilhão vai se tornar R$ 2 bilhões. Vai dobrar o valor que o governo vai dispor para que os nossos queridos aposentados continuem ganhando seu salário sem qualquer tipo de prejuízo”, afirmou Jarude.
O deputado lamentou que, apesar de já ter apresentado emendas com soluções para o problema, nenhuma foi aprovada pela base governista. Ele explicou que uma das propostas era destinar para a previdência o excedente de arrecadação do Estado, ou seja, o montante que entra além do valor inicialmente previsto na estimativa de receita.
“O governo nem fazia conta desse dinheiro que entrou a mais e já que não fez conta, porque não mandar para a previdência? Para a gente aos poucos ir cobrindo esse rombo? Mas não foi essa a visão do governo do Estado do Acre”, criticou.
Jarude alertou ainda para rumores de bastidores que indicam a possibilidade de aumento na alíquota de contribuição dos servidores ativos como forma de cobrir o déficit. “Já estão cogitando jogar esse prejuízo nas costas do servidor público. O presente que o governo está preparando é justamente diminuir o salário do servidor, aumentando a alíquota de contribuição”, disse o deputado.
O deputado reafirmou que o caminho correto seria utilizar o excedente de arrecadação diretamente na previdência, preservando o direito dos aposentados e aliviando a pressão sobre os servidores da ativa.
“Quem está preocupado de verdade com a previdência são os aposentados, que correm o risco de não receber seus proventos, e os servidores ativos, que vivem lutando por melhorias e agora podem ser penalizados”, concluiu.