O deputado estadual Edvaldo Magalhães se pronunciou nesta quarta-feira, 28, durante uma entrevista, em defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após os ataques verbais sofridos por ela durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, na última terça-feira, 27. O parlamentar repudiou a conduta de senadores durante o debate e classificou o episódio como um “espetáculo de horrores”.
“Ela [Marina Silva] foi ontem exposta a um verdadeiro espetáculo de horrores, onde um grupo de machos escrotos dentro do Senado da República a chamaram, não para fazer o debate, não para discutir as diferenças, não para externar as opiniões acerca disso ou daquilo, não, para fazer uma agressão, uma agressão preconceituosa, uma agressão misógina”, afirmou Magalhães.
Durante a audiência, que tratava da criação de unidades de conservação no Amapá, na região da bacia do Rio Amazonas, a ministra acabou sendo alvo de críticas duras por parte de alguns parlamentares. O senador Marcos Rogério (PL), presidente da Comissão, chegou a dizer que Marina Silva deveria “se por no seu lugar”. Já o senador Plínio Valério (PSDB) declarou que respeitava a mulher, mas não a ministra. A sessão ganhou tom acalorado, principalmente após o senador Omar Aziz (PSD) mencionar o projeto de asfaltamento da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.
A fala de Edvaldo Magalhães destacou a postura firme de Marina Silva frente às ofensas recebidas. “O Brasil todo asistiu isso e ficou escandalizado. A Marina entrou de um tamanho naquele debate e saiu gigante, porque aquelas pessoas se diminuíram e demonstraram que não estão à altura do Senado da República, que sempre foi a casa das pactuações, as mediações, o aprofundamento do debate, da busca das mediações para os conflitos”, disse.
Magalhães também justificou sua presença na Assembleia Legislativa como uma forma de solidariedade à ministra.
“Essa moção de solidariedade para que a gente seja vigilante. As diferenças precisam ser resolvidas na diferença com a força do argumento, não com o argumento da estupidez, do preconceito e da misoginia como nós assistimos lá na comissão de infraestrutura do Senado da República”, concluiu.