Iniciativa com grupo de líderes de torcida do campus Rio Branco contribuiu para o sucesso do evento e abre oportunidades para novas apresentações
Durante a solenidade de abertura dos Jogos do Instituto Federal do Acre (Jifac 2025), realizada na segunda-feira (26.05), uma das atrações foi a apresentação do grupo de líderes de torcida, inspirado no modelo de cheerleaders, formado por alunas dos cursos técnicos integrados do campus Rio Branco.
O grupo foi organizado pela coordenadora de Comunicação e Eventos, Mileide Moura Vasconcelos, e coreografado pelo bibliotecário Ueliton Trindade. A apresentação contou com a participação do mascote Ted, interpretado pelo estudante Cristofer Barros Coelho, do 1º ano do curso de Edificações, além da presença especial de Liz Moura Vasconcelos, de 3 anos, filha de Mileide Moura.
A iniciativa inovadora chamou atenção pela criatividade, engajamento e impacto positivo nas torcidas que participaram da solenidade. O projeto de formação do grupo mobilizou mais de 100 alunas em sua primeira etapa e resultou na seleção final de 11 estudantes do ensino médio integrado, além de seis voluntários dos cursos subsequentes.
Segundo Mileide Moura, a ideia surgiu a partir de uma inquietação: como engajar os adolescentes do ensino integrado em uma atividade que dialogasse com suas realidades, promovesse valores positivos e, ao mesmo tempo, contribuísse para o evento? “Quando recebi o convite da direção para integrar a equipe organizadora, percebi a oportunidade de colocar em prática um antigo desejo de aproximar os estudantes por meio de ações culturais e educativas”, contou.
Inspirada por filmes e novelas para adolescentes, como Malhação, a proposta foi desenvolvida com responsabilidade e foco pedagógico. “A intenção nunca foi apenas apresentar coreografias, mas tratar de temas como convivência, responsabilidade, protagonismo dos adolescentes e até questões delicadas, como o uso das redes sociais, drogas e sexualidade, sempre de forma saudável e educativa”, explicou a coordenadora.
Seleção e desempenho – A seleção começou com um chamamento feito diretamente nas salas de aula, onde a proposta foi apresentada aos alunos do 1º ao 4º ano do ensino médio. “Muitos não conheciam a ideia de cheerleaders, mas se encantaram com os vídeos e a proposta. Mais de 107 estudantes demonstraram interesse e, após etapas de seleção e ajustes logísticos, o grupo final foi formado”, lembra Mileide.
Os ensaios foram organizados cuidadosamente para não prejudicar o desempenho acadêmico das participantes. As coreografias foram preparadas nos intervalos e no contraturno, sem que as alunas fossem retiradas das aulas. O ginásio poliesportivo Juliana de Souza Dantas, espaço muito disputado na instituição, foi utilizado em apenas três ocasiões, para marcação de posições e simulações.
A ação contou ainda com o apoio de professores, coordenadores e diretores, especialmente da Diretoria do Departamento de Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio (DECTI). Rifas e parcerias ajudaram na aquisição dos uniformes e materiais necessários para as apresentações. Algumas despesas foram arcadas pelos próprios idealizadores, demonstrando o comprometimento com o projeto.
“Foi uma experiência linda e muito enriquecedora. Ver os alunos motivados, comprometidos e participando ativamente de um evento tão importante como o Jifac nos mostra que é possível inovar na educação, valorizando o protagonismo da juventude”, destacou a coordenadora do projeto.
Coreografia e biblioteca – O bibliotecário Ueliton Trindade, responsável pelos ensaios que resultaram na apresentação emocionante do grupo de cheerleaders, destacou o esforço coletivo envolvido. “Foi emocionante, todo mundo gostou. Menos de um mês de treinamento é pouco tempo. Se eu tivesse mais tempo, teria buscado a perfeição. Mas o importante é participar, contribuir com a instituição e fazer com que as meninas se envolvam com a cultura e com a dança.”
A preparação foi intensa e feita nos intervalos possíveis, conciliando com os estudos das alunas. Ueliton, que trabalha das 8h às 12h, aproveitou cada espaço nos horários disponíveis para os ensaios. “Elas saem ao meio-dia, eu também. Aí corro pra casa, almoço em 30 ou 40 minutos e volto direto para o Ifac. Elas também almoçam rapidinho, e nesse tempo a gente ensaiava. Às vezes na sala, às vezes na quadra, até no sol quente, do jeito que dava”.
Mesmo com as limitações de tempo e espaço, a vontade de fazer acontecer falou mais alto. “Participa quem tem vontade, quem quer dançar, quem quer estar ali. A gente respeitou o horário de aula e encaixou os ensaios no contraturno para não prejudicar ninguém”, explicou. Ainda assim, as alunas conseguiram tempo para frequentar a biblioteca e manter o equilíbrio com os estudos.
Durante a apresentação, Ueliton mal conseguiu assistir. “A minha vista não alcançava direito, só gravei e deixei rolar. Eu estava tão ansioso quanto elas”, revelou. O retorno, no entanto, foi unânime: o público aplaudiu de pé e o reconhecimento veio de todos os lados. “Disseram que foi incrível, o feedback foi positivo, e isso é muito importante.”
A expectativa agora é de que essa experiência seja repetida e aprimorada em futuras edições do Jifac e também em outros eventos promovidos pelo Ifac. “Ainda bem que, no final, tudo saiu perfeito”, finalizou Ueliton.
Assessoria Ifac