O Acre registrou 130 óbitos infantis e fetais ao longo de 2024, conforme dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), consultados pela equipe de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. A maior parte das vítimas era de cor parda, representando 68% dos casos. A estatística evidencia desigualdades raciais persistentes na saúde pública do estado.
Entre os óbitos registrados, 88 foram de crianças classificadas como pardas, 24 indígenas, 15 brancas, 2 amarelas e 1 preta. Outras duas ocorrências não tiveram a raça informada. Os dados reforçam um alerta recorrente de especialistas sobre a necessidade de políticas públicas voltadas à redução da mortalidade infantil, especialmente entre populações vulneráveis.
A distribuição mensal das mortes foi:
• Janeiro: 9
• Fevereiro: 14
• Março: 13
• Abril: 11
• Maio: 10
• Junho: 9
• Julho: 16
• Agosto: 13
• Setembro: 12
• Outubro: 13
• Novembro: 9
• Dezembro: 4
Julho foi o mês com maior número de registros, com 16 mortes.
O painel é alimentado com base nos registros do SIM, sistema mantido pelo Ministério da Saúde, e usado como instrumento para subsidiar a elaboração de estratégias de enfrentamento a problemas sanitários. A análise dos dados é fundamental para o planejamento de ações que garantam acesso ao pré-natal, parto seguro e acompanhamento neonatal de forma equitativa.
A Secretaria de Estado de Saúde ainda não divulgou um posicionamento sobre os números. Organizações da sociedade civil e conselhos ligados à saúde vêm cobrando medidas urgentes para redução desses índices e ampliação da assistência à saúde de mães e bebês, principalmente em comunidades indígenas e zonas rurais afastadas.