quinta-feira, 8 maio 2025

Acre registra 130 mortes infantis e fetais em 2024; maioria das vítimas era parda, diz levantamento

Por Aikon Vitor, da Folha do Acre

O Acre registrou 130 óbitos infantis e fetais ao longo de 2024, conforme dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), consultados pela equipe de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. A maior parte das vítimas era de cor parda, representando 68% dos casos. A estatística evidencia desigualdades raciais persistentes na saúde pública do estado.

Entre os óbitos registrados, 88 foram de crianças classificadas como pardas, 24 indígenas, 15 brancas, 2 amarelas e 1 preta. Outras duas ocorrências não tiveram a raça informada. Os dados reforçam um alerta recorrente de especialistas sobre a necessidade de políticas públicas voltadas à redução da mortalidade infantil, especialmente entre populações vulneráveis.

A distribuição mensal das mortes foi:

• Janeiro: 9

• Fevereiro: 14

• Março: 13

• Abril: 11

• Maio: 10

• Junho: 9

• Julho: 16

• Agosto: 13

• Setembro: 12

• Outubro: 13

• Novembro: 9

• Dezembro: 4

Julho foi o mês com maior número de registros, com 16 mortes.

O painel é alimentado com base nos registros do SIM, sistema mantido pelo Ministério da Saúde, e usado como instrumento para subsidiar a elaboração de estratégias de enfrentamento a problemas sanitários. A análise dos dados é fundamental para o planejamento de ações que garantam acesso ao pré-natal, parto seguro e acompanhamento neonatal de forma equitativa.

A Secretaria de Estado de Saúde ainda não divulgou um posicionamento sobre os números. Organizações da sociedade civil e conselhos ligados à saúde vêm cobrando medidas urgentes para redução desses índices e ampliação da assistência à saúde de mães e bebês, principalmente em comunidades indígenas e zonas rurais afastadas.

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