sábado, 26 abril 2025

Vítima de acidente que matou dois na Via Verde diz que motorista não prestou assistência: ‘Quero que arque com as consequências’

Redação Folha do Acre

A autônoma Raiane Xavier, de 30 anos, que sobreviveu ao acidente que matou dois trabalhadores da empresa VIP e deixou outro em estado grave, ocorrido na Via Verde, no último dia 17 de abril, contou à imprensa que o motorista da caminhonete que ocasionou o acidente não prestou assistência às vítimas.

Raiane recebeu alta médica na última quarta-feira (23). O outro sobrevivente, Fábio Farias de Lima, está internado em estado grave no pronto socorro de Rio Branco.

“Saí de casa bem para cuidar dos meus afazeres e voltei enfaixada, carregada nos braços pelo meu irmão. Vou ficar com sequelas para o resto da vida”, disse Raiane.

Raiane estava em uma das três motocicletas atingidas pela caminhonete de Talysson Duarte, de 28 anos. Ela tinha deixado o filho, de 12 anos, em um colégio no 2º Distrito e voltava para casa quando foi atropelada.

“A gente ia subindo a ladeira e ele [motorista] descendo. Passei pelos trabalhadores da VIP na saída de um ramal antes da ponte, não os conheço, mas lembro deles seguindo na mesma direção que eu. Passamos pela ponte e começamos a subir a ladeira quando a caminhonete veio derrapando de lado. Foi rápido, não deu tempo desviar de nada”, relembrou.

A autônoma confirmou que um dos trabalhadores da VIP estava em uma moto sozinho um pouco à frente dela enquanto os outros dois vinham em outra moto mais atrás dela. A moto da frente foi a primeira a ser atingida pela caminhonete, em seguida o veículo de Raiane e depois a terceira moto.

“A caminhonete bateu nele e jogou longe, depois bateu em mim, me jogou pra cima e pegou a outra moto. Não desmaiei, lembro de tudo, fiquei lúcida em todo o tempo. A PRF foi a primeira a chegar, isolou a área e ficou lá. O pessoal que estava passando que chamou o Samu, parou e prestou assistência”, recorda.

Raiane sofreu um corte profundo na perna que levou mais de 20 pontos e ferimentos na mão esquerda, inclusive com risco de amputação de alguns dedos . Ela foi atendida no Pronto-Socorro de Rio Branco e liberada para voltar para casa ainda na noite de quinta.

A vítima revela que Talysson Duarte não falou com ela no local da batida, não a procurou para saber como estava e nem prestou assistência até o momento. A família dela tem arcado com todas as despesas da medicação e material para os curativos.

“Olhei para caminhonete para saber quem tinha batido em mim, estava lúcida. Ele demorou entre 10 a 15 minutos para descer e quando desceu olhou para o carro. Só vi ele ao redor da caminhonete, parece que estava mais preocupado com a caminhonete do que com as pessoas no chão. Foi muito frio. Em nenhum momento chegou perto de mim, não prestou nenhuma assistência. Quero justiça”, criticou.

A autônoma diz que tem falado com familiares de Macio e Carpegiane e dividido a revolta com a falta de assistência e a liberação do motorista no local do acidente. Ela promete buscar pelos direitos e quer que o motorista seja responsabilizado.

“Deus me deu um livramento, foi um acidente de grandes proporções. Quase perdi a perna e a mão, mas em comparação com os demais fiquei melhor. Quero que [Talyson] arque com as consequências. Vou lutar pelos meus direitos, ele foi negligente”, finalizou.

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