sábado, 19 abril 2025

Projeto de Ulysses que propõe fim de audiências de custódia para presos por crimes hediondos avança no Senado

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

Avança no Senado Federal o projeto de lei de autoria do deputado federal Coronel Ulysses (União/AC), aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, que propõe mudanças significativas no modelo atual das audiências de custódia no país. A proposta estabelece que presos por crimes hediondos, roubo, associação criminosa qualificada e reincidentes não terão mais direito à audiência de custódia, medida que visa endurecer o combate à criminalidade e aumentar a sensação de segurança na população.

O projeto também determina que os policiais responsáveis pela prisão sejam ouvidos durante a audiência, reforçando o respaldo jurídico à atuação das forças de segurança. Além disso, passa a permitir a realização das audiências por videoconferência em cidades com efetivo policial reduzido ou em situações que comprometam a segurança durante o transporte do preso.

“O objetivo é garantir mais segurança à sociedade, mudando radicalmente as audiências de custódia e combatendo o sentimento de impunidade. Precisamos acabar com a percepção de que a polícia prende e a Justiça solta”, defendeu Coronel Ulysses ao comentar a proposta.

A iniciativa foi elogiada no plenário do Senado pelo senador Márcio Bittar (União/AC), que ressaltou a ousadia do colega ao conseguir aprovar um projeto de grande impacto ainda no início do mandato. “É muito difícil aprovar uma matéria polêmica como essa. Quero parabenizar o deputado pela iniciativa e coragem. Esse é um avanço real na legislação penal brasileira”, declarou.

Bittar também destacou que pretende se articular para assumir a relatoria do projeto no Senado, com o objetivo de acelerar sua tramitação. Para ele, a proposta representa uma mudança necessária no sistema de justiça criminal, especialmente em relação a presos considerados perigosos.

“Com essa medida, estamos evitando que criminosos reincidentes e de alta periculosidade sejam beneficiados por uma audiência que, muitas vezes, resulta em solturas imediatas. É uma resposta concreta à população, que clama por mais rigor na lei”, concluiu o senador.

O projeto segue agora para análise nas comissões temáticas do Senado antes de ser levado à votação em plenário. Caso seja aprovado sem alterações, seguirá para sanção presidencial.

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