Polícia desarticula quadrilha acreana acusada de aplicar golpes milionários no agronegócio

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Delegado Robert Alencar é o responsável pelas investigações/Foto: Folha do Acre

A Polícia Civil do Acre deflagrou nesta segunda-feira (7) a Operação Lord Agro, que resultou na prisão de seis pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada em fraudes virtuais contra empresários do agronegócio em diversos estados do país. A ação contou com o apoio das polícias civis do Ceará, Maranhão e Mato Grosso.

Segundo as investigações, o grupo — liderado por um acreano que se mudou recentemente para Fortaleza (CE) — aplicava golpes milionários por meio da venda fraudulenta de gado, insumos e equipamentos agrícolas. As vítimas, residentes em outros estados, eram atraídas por anúncios e intermediários fictícios.

A quadrilha agia com alto grau de sofisticação, utilizando contas bancárias de terceiros, a maioria de pessoas aliciadas em troca de pequenas quantias em dinheiro, para ocultar o destino dos valores. Os criminosos também investiam em bens de luxo, incluindo propriedades rurais, veículos, joias e festas, como forma de lavar o dinheiro obtido.

“O principal investigado, o líder da quadrilha que foi desarticulada hoje pela Operação Lorde Agro, ele mantinha, além de estabelecimentos comerciais, ele também fazia a distribuição dos valores, organizando festas, eventos, comprando propriedades rurais”, afirmou o Roberth Alencar, delegado responsável pela operação.

Durante a ação, foram apreendidos celulares avaliados em até 10 mil reais, dinheiro em espécie, uma motocicleta e jóias. A maioria dos bens não estava registrada em nome dos investigados, o que, segundo a polícia, demonstra uma tentativa de ocultar o patrimônio.

“As investigações são mais complexas, porque dependem de dados das empresas para que a gente chegue na autoria, principalmente da questão da movimentação bancária. Então a gente precisa de intervenções de instituições como o Banco Central, como o Poder Judiciário e todo um trabalho de apreciação e análise dessas informações financeiras”, disse Alencar.

A operação é resultado de meses de apuração. Segundo a polícia, o líder da quadrilha costumava debochar das investigações e dizia que continuaria a aplicar os golpes devido à baixa pena prevista para crimes cibernéticos.

A Polícia Civil informou que irá solicitar o sequestro dos bens identificados como adquiridos com dinheiro oriundo das fraudes. Caso confirmada a origem ilícita, os bens poderão ser leiloados e os valores revertidos ao Estado, conforme prevê o Código de Processo Penal.

As investigações continuam para identificar possíveis novos envolvidos e vítimas em outros estados.

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