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Inflação desacelera em março, mas alimentos pressionam bolso do acreano

Pesquisa aponta que produtos da cesta básica são mais baratos nos Armazéns da Família. Foto: Pedro Ribas/SMCS

O custo de vida voltou a subir em março no Acre, mas em ritmo mais moderado do que no mês anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Rio Branco foi de 0,27%, abaixo da média nacional (0,56%) e da taxa registrada na capital acreana em fevereiro (1,06%). Apesar disso, os alimentos continuam como principais vilões, pressionando o orçamento das famílias.

Esse movimento reflete uma tendência observada em todo o país: mesmo com a desaceleração da inflação geral, os preços dos alimentos não dão trégua. No Brasil, o grupo “Alimentação e bebidas” subiu 1,17% e respondeu por quase metade do IPCA de março, com destaque para itens como tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%).

Em Rio Branco, a menor inflação entre as capitais pesquisadas pelo IBGE foi puxada pela queda nos preços das passagens aéreas (-16,01%) e pela adoção da tarifa zero aos domingos e feriados no transporte público da capital federal, que também impactou o índice regional. Mesmo assim, o acumulado dos últimos 12 meses na capital acreana chegou a 4,83%, o que indica que o peso da inflação continua presente no cotidiano da população.

Se por um lado houve alívio em produtos como óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%), por outro, comer fora de casa ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio subiu 0,77%, com aumentos expressivos na refeição (0,86%) e no tradicional cafezinho (3,48%). Para quem almoça todos os dias na rua, o impacto é direto.

Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete melhor o custo de vida de famílias com renda de até cinco salários mínimos, mostrou uma alta de 0,37% em Rio Branco. Esse índice é particularmente importante para medir o impacto da inflação sobre a população de menor poder aquisitivo — e, no acumulado de 12 meses, já chega a 5,02% na capital acreana.

Outro grupo que ajudou a conter a inflação em março foi o de transportes, cujos preços desaceleraram nacionalmente. A gasolina, que havia subido 2,78% em fevereiro, teve alta mais moderada em março (0,51%). O diesel e o etanol também subiram menos. Em Rio Branco, a queda nas passagens aéreas foi determinante para a contenção do índice local, mas esse alívio pode não durar.

No setor de habitação, que havia disparado no mês anterior (4,44% no Brasil), a inflação recuou para 0,24%. A energia elétrica residencial — vilã do mês de fevereiro, com alta de 16,80% — teve aumento de apenas 0,12% em março.

O IPCA é o indicador oficial de inflação do país e se refere a famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Já o INPC foca em famílias com rendimento de até 5 salários, sendo o chefe assalariado. Os dados foram coletados entre 27 de fevereiro e 31 de março de 2025.

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