O velório de Carpeggiane de Freitas Lopes, de 46 anos, reuniu familiares, amigos e colegas na manhã desta segunda-feira (21), marcado por homenagens emocionadas e por fortes apelos por justiça. Ele foi a segunda vítima fatal do grave acidente de trânsito ocorrido na última quinta-feira (17), na Via Verde, em Rio Branco.
Carpegiani, conhecido carinhosamente como “Carpe” ou “Carpeiro”, era descrito por todos como um homem alegre, de espírito leve e presença contagiante. Entre os amigos do futebol, era chamado de “filho do vento”, em referência à sua energia incansável dentro de campo. “Ninguém nunca viu o Carpeiro triste ou com raiva. Sempre alto astral, dava gosto de ter por perto”, disse um dos colegas durante a despedida.
Após passar dois dias internado no Pronto Socorro, Carpeggiane não resistiu aos ferimentos provocados pelo acidente. A família confirmou o falecimento no domingo, através de uma nota pública. O sepultamento foi marcado por comoção e protestos silenciosos, cartazes cobravam responsabilização e alertavam: “Imprudência no trânsito não é acidente, é crime”.
Entre os que discursaram durante a cerimônia, o pai de Carpegiani, seu Francisco, expressou profunda dor e revolta. “Hoje sou um pai que enterra o filho. A Polícia Rodoviária Federal liberou o rapaz. Ele fugiu e até agora nada. O que eu quero é justiça”, disse, visivelmente abalado.
A principal cobrança da família e da comunidade gira em torno da responsabilização do motorista envolvido no acidente, identificado como Talisson Duarte. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), todos os procedimentos legais, como o teste do bafômetro e a identificação do condutor, foram realizados. No entanto, até esta segunda-feira, o empresário não havia se apresentado à delegacia para prestar esclarecimentos.
A indignação da família se intensificou com o passar dos dias, especialmente após a notícia de que o condutor permanece foragido. “Queremos justiça. Não se trata de vingança, mas de resposta. A vida de duas pessoas foi ceifada. E quem causou isso precisa responder por seus atos”, disse uma parente de Carpeggiane.
Durante o enterro, familiares exibiram faixas com frases como “Queremos justiça” e “Não foi acidente, foi imprudência”, ressaltando a urgência de medidas mais firmes das autoridades diante de casos semelhantes.
Carpeggiane deixa esposa e dois filhos. Sua ausência agora se transforma em clamor coletivo por mudanças e responsabilização. Enquanto o responsável pelo acidente não se apresenta, a dor da perda segue acompanhada por um forte sentimento de impunidade. A família afirma que seguirá cobrando providências das autoridades competentes.
Com informações agazeta,net