sexta-feira, 11 abril 2025

Ato em Rio Branco pede anistia a Bolsonaro e envolvidos em ataques de 8 de janeiro

Por Aikon Vitor, da Folha do Acre

Um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realiza neste domingo (6) um ato público em Rio Branco, capital do Acre, para pedir anistia ao ex-mandatário e às pessoas condenadas ou investigadas pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

A manifestação está marcada para às 9h no estacionamento do Afa Jardim, um tradicional buffet de luxo da capital. A organização afirma que o evento será pacífico e aberto ao público.

Inicialmente previsto para 16 de março, o ato foi adiado devido à enchente do Rio Acre, que afetou a cidade no mês passado.

Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ele também responde por mais quatro crimes: golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, dano qualificado com violência contra patrimônio da União, e deterioração de bem tombado.

As acusações têm como base investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República. Segundo os investigadores, os ataques de 8 de janeiro — que resultaram na invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal — foram incentivados e estrategicamente articulados por Bolsonaro e aliados.

A ideia, segundo a apuração da PF, era criar um clima de caos que justificasse a intervenção das Forças Armadas, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde o início de 2024, aliados de Bolsonaro têm organizado manifestações em diversas capitais do país para pedir anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos. Os atos se intensificaram após o ex-presidente ter se tornado réu no STF.

Embora Bolsonaro negue envolvimento direto com os ataques, ministros da corte afirmam que há indícios de que ele liderou uma estratégia para minar o processo eleitoral brasileiro e desacreditar as instituições.

Segundo a PGR, cerca de 1.400 pessoas já foram denunciadas pelos atos de 8 de janeiro. Parte delas já foi condenada, com penas que ultrapassam 15 anos de prisão.

 

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