O Acre ocupa a segunda colocação no ranking nacional dos estados com maior proporção de moradores que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados divulgados pelo perfil Brasil em Mapas, com base em informações do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aproximadamente 94% da população acreana utiliza apenas o SUS para atendimento médico e outros serviços de saúde.
O estado fica atrás apenas de Roraima, onde o índice de dependência exclusiva do sistema público chega a 95%. Em seguida, aparecem Maranhão (cerca de 92%), Tocantins (91%) e Amapá (também com 91%), formando o grupo das unidades federativas com maior proporção de usuários exclusivamente do SUS.
A predominância do atendimento público na região Norte é atribuída a fatores como a baixa presença de operadoras de planos de saúde privados, a menor renda média da população e a ampla atuação do SUS em áreas interioranas, muitas vezes onde não há alternativa de atendimento.
Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado em 1990, o SUS é responsável por oferecer assistência gratuita a cerca de 84% dos brasileiros — um número que ultrapassa os 210 milhões de pessoas. O sistema abrange desde serviços básicos, como vacinação e consultas, até atendimentos de alta complexidade, como cirurgias, transplantes e tratamentos de doenças graves, como câncer e HIV.
Na outra ponta do ranking, o estado de São Paulo registra o menor percentual de dependência exclusiva do SUS, com 59% da população utilizando apenas o sistema público. Outras regiões com maior presença de planos privados, como o Distrito Federal e o Rio de Janeiro, também apresentam índices mais baixos.
Apesar dos desafios estruturais e de financiamento, o SUS é considerado um dos maiores e mais abrangentes sistemas públicos de saúde do mundo. Entre seus principais marcos está o Programa Nacional de Imunizações, responsável pela erradicação de diversas doenças e pela condução da campanha nacional de vacinação durante a pandemia de COVID-19.