domingo, 20 abril 2025

Vereador Leôncio apresenta PL para regularizar motociclistas de aplicativo em Rio Branco

Por Aikon Vitor, da Folha do Acre

Em uma tentativa de formalizar um setor que tem crescido rapidamente nos últimos anos, a Câmara Municipal de Rio Branco analisa um projeto de lei que pode transformar a forma como o transporte individual privado por motocicletas opera na cidade.

A proposta apresentada pelo vereador Leôncio Castro na última segunda-feira (3) busca atualizar a legislação municipal e estabelecer um novo marco regulatório para motoristas e empresas do setor. Entre os pontos centrais do texto está a possibilidade de os condutores se formalizarem como Microempreendedores Individuais (MEI), garantindo acesso a benefícios previdenciários sem, no entanto, tornar a adesão obrigatória.

Se aprovada, a nova legislação permitirá que o serviço de transporte por aplicativo seja realizado por veículos das categorias A e B, incluindo motocicletas, e removerá a exigência de um cadastro municipal específico para as plataformas. As empresas, no entanto, ainda precisarão cumprir as normas tributárias e regulatórias aplicáveis.

Segundo o texto, a proposta surge em um contexto de mudanças significativas no mercado de trabalho local. Com a falta de grandes investimentos privados e a economia fortemente atrelada ao funcionalismo público, muitos trabalhadores encontram no transporte por aplicativo uma alternativa viável de geração de renda.
“A opção pelo cadastro como MEI é apresentada como uma alternativa viável para os motoristas que desejam formalizar sua atividade, garantindo-lhes acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e licença-maternidade”, afirmou Castro na justificativa da PL. O projeto também estabelece diretrizes para a organização coletiva da categoria, permitindo que motoristas formem associações sem fins lucrativos para representar seus interesses junto às empresas e ao poder público.

Para motociclistas, a regulamentação prevê que os condutores deverão fornecer capacetes e outros equipamentos de segurança sem custos adicionais, e o uso será obrigatório para os passageiros. Além disso, o texto abre caminho para que concessionárias ofereçam condições facilitadas na compra de veículos e peças para motoristas cadastrados.

A proposta reflete um debate mais amplo sobre o papel da economia digital no Brasil e a necessidade de regulamentação equilibrada. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, medidas semelhantes geraram embates entre motoristas, empresas e autoridades municipais.
A matéria ainda passará por análise nas comissões da Câmara antes de ser votada pelo plenário.

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