A Prefeitura de Rio Branco determinou que o Serviço de Água e Esgoto (SAERB) corte o fornecimento de água para consumidores inadimplentes. Ontem, a medida atingiu o Conjunto Manoel Julião, deixando 452 famílias sem abastecimento. Hoje, a suspensão deve alcançar o Conjunto Tucumã, afetando centenas de outras residências.
De acordo com o SAERB, a dívida total dos moradores do Conjunto Tucumã ultrapassa R$ 1,5 milhão. Os consumidores questionam a cobrança de taxa de esgoto, alegando que o serviço não é prestado na região, e também reivindicam abatimentos nas faturas devido a frequentes interrupções no abastecimento. Ao menos 22 blocos, com 16 apartamentos cada, foram impactados.
A Prefeitura justifica os cortes afirmando que a autarquia acumula um passivo superior a R$ 86 milhões. Para viabilizar a privatização do serviço, a gestão municipal busca reduzir esse déficit, uma vez que empresas interessadas na concessão exigem a regularização financeira do SAERB antes de apresentarem propostas.
Diante do corte, moradores buscaram atendimento na OCA e no próprio SAERB para negociar a reativação do serviço, mas foram orientados a procurar o setor comercial da autarquia. No entanto, há um obstáculo jurídico: muitos condomínios não possuem CNPJ, o que dificulta ou até impossibilita o parcelamento das dívidas. O impasse deve levar o caso à Justiça.
A crise provocada pelos cortes de fornecimento tem gerado críticas, especialmente pela falta de medidas similares para consumidores de alta renda, incluindo moradores de condomínios de luxo com grandes débitos junto ao SAERB. Com a ampliação da suspensão para outras regiões, a crise no abastecimento tende a se agravar.