Em entrevista concedida nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não se oporia à exploração de petróleo na margem equatorial, destacando sua inteligência e compreensão sobre o tema. Lula enfatizou que, caso a Petrobras atenda a todos os requisitos ambientais, não há razão para objeções. Ele ressaltou que a ministra não é contra a exploração em si, mas preocupa-se com a forma como é conduzida, visando evitar danos à Amazônia.
O presidente argumentou que, se confirmadas as reservas de petróleo na região, o Brasil não pode abrir mão dessa riqueza, pois os recursos provenientes dela seriam fundamentais para financiar a transição energética e a preservação das florestas.
Essas declarações ocorrem em meio a pressões para que o Ibama aprove a licença para a Petrobras explorar uma área sensível na costa do Amapá. Anteriormente, Lula criticou o órgão pela demora na liberação, afirmando que o Ibama “parece ser contra o governo” ao prolongar o processo.
A Petrobras busca autorização para explorar petróleo na margem equatorial desde 2020. Em 2023, o Ibama rejeitou o pedido, alegando que a empresa não apresentou soluções adequadas para o resgate da fauna em caso de vazamento de óleo, destacando que uma embarcação de resgate levaria 43 horas para chegar ao local da perfuração.
A área em questão, localizada a 175 km da costa do Amapá e a 500 km da foz do rio Amazonas, inclui ecossistemas sensíveis, como o recife de corais da foz do Amazonas, descoberto em 2016, e manguezais que servem de berçário para diversas espécies marinhas.
Internamente, a ministra Marina Silva tem enfatizado que a decisão sobre a exploração cabe aos órgãos técnicos e não a ela diretamente. Ela tem evitado atritos públicos, ciente das implicações políticas de suas declarações.
Fonte: UOL