O jovem Micaias Santos Almeida, de 18 anos, foi morto a tiros na madrugada deste domingo, 16, no bairro Taquari, em Rio Branco. Micaias era conhecido na comunidade por seu trabalho social e por desenvolver projetos voltados à paz, muitos deles em parceria com a Polícia Militar.
Desde os 17 anos, ele presidia o Taquari Clube de futebol amador e o projeto SOS Taquari, duas iniciativas sem fins lucrativos que buscavam tirar jovens do crime e oferecer oportunidades à comunidade. Além disso, mantinha uma relação próxima com ONGs e com a polícia comunitária, sendo uma referência para os moradores, principalmente em momentos críticos como as alagações.
Na noite do crime, Micaias havia saído da casa de um conhecido, onde tomava tereré, e decidiu acompanhar um amigo menor de idade até sua casa. No retorno, ele e André Silva dos Santos seguiam de bicicleta pela rua Baguari quando foram abordados por quatro homens armados em duas motocicletas. Sem qualquer aviso, os criminosos abriram fogo. Micaias, que estava na garupa, foi atingido nas costas e morreu no local. André foi baleado três vezes e ficou gravemente ferido.
Para a família e amigos, a morte de Micaias não se encaixa no perfil dos ataques ligados ao crime organizado. Seu pai, Israel Santos, se mostrou perplexo com a violência: “Nossa família vive no Taquari há 50 anos. Ele trabalhava com assistência social, ajudava a polícia, não tinha inimigos. Ninguém entende o motivo disso.”
O policial militar Derineudo de Souza, fundador dos Amigos Solidários, lamentou a perda e destacou o impacto do jovem na comunidade. “Sempre que nos encontrávamos, ele estava buscando ajuda para as pessoas. Tentava conseguir chuteiras, bolas, apoio para o projeto. O Micaias era um exemplo de solidariedade.”
O sargento da Polícia Militar Randson Fontoura, responsável pelo projeto Pequeno Guardião, acredita que Micaias e André foram vítimas de um erro fatal. “Eram meninos exemplares. Os criminosos estavam à procura de outro alvo, mas como não encontraram ninguém, atiraram neles. Infelizmente, essa é a realidade que vivemos.”
Com informações do ac24horas