O Acre se tornou um dos estados com maior incidência de desmatamento ilegal na Amazônia em 2024, de acordo com um levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV). O estudo revelou que, enquanto apenas 8,90 km² de floresta foram desmatados com autorização, outros 400,10 km² foram destruídos irregularmente.
Apesar de nenhum município acreano figurar entre os líderes de desmatamento na região, o estado sente os impactos da degradação ambiental em áreas próximas. Um dos exemplos é Lábrea, no Amazonas, que ocupa a quinta posição entre as cidades com maior índice de desmate. Outros municípios vizinhos, como Porto Velho (RO), Apuí e Novo Aripuanã (AM), também apresentam altas taxas de desmatamento. Novo Aripuanã, inclusive, lidera o ranking nacional, com 163 km² de vegetação devastada sem autorização.
A pesquisa analisou a legalidade do desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado, concluindo que a maior parte da destruição ocorre de forma irregular. Na Amazônia, 90,8% do desmate registrado em 2024 foi ilegal, enquanto no Cerrado esse índice chegou a 51,1%.
Além de comprometer a biodiversidade, o avanço do desmatamento provoca mudanças climáticas severas e ameaça as comunidades tradicionais que dependem da floresta. A destruição da vegetação nativa está frequentemente associada a crimes como grilagem de terras, exploração madeireira clandestina e conversão ilegal de florestas em áreas de pastagem.
Outro efeito preocupante é a alteração no regime de chuvas, que pode agravar períodos de seca e aumentar a incidência de incêndios florestais. A falta de fiscalização eficaz e de recursos para conter a devastação permite que essas práticas ilegais avancem, colocando em risco a preservação da Amazônia e o equilíbrio ambiental da região.
Com informações do Jornal A Tribuna