O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB), um dos defensores da integração do Acre com os países andinos, disse durante a reunião da Câmara Técnica do Comércio Exterior, realizada na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (20), que a ferrovia interoceânica volta à pauta de discussão como forma de consolidação da Rota do Quadrante Rondon.
“Nos momentos de crise surgem muitas oportunidades. Fazem 30 dias que o novo presidente da República dos Estados Unidos tomou posse e todo mundo sabe que vai haver uma virada nas relações exteriores dos Estados Unidos e na geopolítica internacional. E essa virada aponta para uma disputa ferrenha entre os americanos e os chineses. Inclusive, já foi anunciada a crise do Canal do Panamá. Ora, o Quadrante Rondon não só ganha mais relevância, mas ele será obrigado a ser alterado. Aquele desenho que para em Cruzeiro vai ter que ir adiante”, disse Edvaldo Magalhães.
Ele lembrou que em 2008 foi assinado um acordo entre os presidentes Lula, do Brasil, e Alan García, do Peru, para viabilizar estudos visando a construção da ferrovia interoceânica. Ele pontuou que a relação do governo chinês com o presidente americano Donald Trump não será simples.
“As dificuldades que a Ásia terá com o Canal do Panamá, se já era um sonho deles, tanto é que o Porto de Chancay foi construído por conta disso, de ter suas alternativas com mais autonomia, a ferrovia será uma exigência do momento e será acelerada”, pontuou.
Edvaldo disse ainda que nos bastidores as negociações internacionais para a construção da ferrovia já acontecem e é preciso estar atento. “Então, é uma oportunidade enorme, vamos dizer assim. Essa reunião acontece em um momento da virada das disputas do comercio mundial e a gente não pode se furtar de ter esse olhar”.