Ponte sobre o Rio Caeté será reconstruída e obra deve durar 18 meses; travessia provisória será feita por balsa

A ponte sobre o Rio Caeté, localizada na BR-364 e classificada como de risco 1 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), será demolida e substituída por uma nova estrutura. Embora a data exata para o fechamento ainda não tenha sido definida, a licitação da obra está prevista para junho deste ano. A construção da nova ponte deverá levar cerca de um ano e meio após o início dos trabalhos.

Durante o período de obras, a travessia de veículos e pedestres será realizada por uma balsa, que funcionará 24 horas por dia. Também está em estudo a instalação de uma ponte metálica móvel, cedida pelo Exército, para atender veículos leves.

Inaugurada em 2008, a ponte de 210 metros foi construída pelo Deracre, na época em que a BR-364 era administrada pelo governo estadual. Desde então, um dos pilares da estrutura deslocou-se 2,5 metros devido a movimentos de terra na região. Recentes vistorias apontaram novas anomalias no talude da margem, levando o DNIT a decretar estado de emergência no último dia 8.

De acordo com Ricardo Araújo, superintendente do DNIT no Acre, a situação será tratada com máxima urgência. “Identificamos dois platôs e uma fenda sob a ponte, que causaram o deslocamento de um dos pilares. Até o final da próxima semana, a ponte será fechada, e instalaremos pontilhões nas margens. Estamos avaliando o uso de uma ponte metálica do Exército e, durante o verão, utilizaremos uma balsa como alternativa provisória”, explicou.

Impactos na logística e na economia

O fechamento da ponte preocupa moradores, comerciantes e transportadores que dependem da BR-364. A balsa, com capacidade para 300 toneladas, conseguirá transportar apenas um caminhão ou ônibus por vez, o que deve aumentar significativamente o tempo de viagem entre Rio Branco e o Vale do Juruá. Atualmente, o trajeto de ônibus leva cerca de 12 horas, mas a nova logística de travessia deverá prolongar o percurso.

Caminhoneiros temem que as filas para o embarque na balsa causem atrasos e encareçam o transporte de cargas. “Vai ter fila de dia e de noite. Nós vamos pensar duas vezes antes de vir para cá”, afirmou Emílio Souza, caminhoneiro que faz fretes de São Paulo para Cruzeiro do Sul.

A preocupação também é compartilhada por comerciantes da região. Luís Cunha, presidente da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, destacou a necessidade de uma solução rápida. “Eles monitoram essa ponte há muito tempo. Agora é hora de agir com responsabilidade e resolver de vez esse problema.”

Além dos atrasos, o aumento no custo dos fretes deve impactar o preço de mercadorias em cidades como Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e outras localidades do Vale do Juruá, gerando reflexos diretos na economia regional.