Com morte de bebê e salto de 700%, Acre registra mais de 480 casos de oropouche em 2024

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O Acre encerrou o ano de 2024 com um aumento expressivo no número de casos de oropouche, doença viral transmitida por mosquitos e que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue. O estado contabilizou 481 casos, um crescimento de 701% em relação aos 60 registros de 2023. Um recém-nascido com microcefalia e outras anomalias congênitas foi a única vítima fatal da doença no período.

Os dados são do último boletim das arboviroses divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) no dia 14 de dezembro. O levantamento aponta que apenas Santa Rosa do Purus não teve casos confirmados da infecção.

Apesar de semelhante à dengue, a oropouche apresenta menor risco de complicações hemorrágicas e óbitos. O principal vetor da doença é o mosquito Culicoides paraensis, conhecido como “maruim”. As medidas de prevenção envolvem evitar a proliferação do inseto e o contato direto, tal como ocorre no combate à dengue.

O boletim da Sesacre também revelou a ocorrência de quatro casos de febre do mayaro em 2024, número inferior ao registrado em 2023, quando houve cinco infecções confirmadas. Com isso, o total de casos no estado chegou a nove.

A doença, causada por um vírus endêmico da Amazônia, foi identificada em cinco municípios acreanos: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rio Branco, Xapuri e Plácido de Castro. O vírus mayaro é transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus, comuns em áreas de mata e também vetores da febre amarela silvestre.

Em 2024, o Acre registrou 48 casos de zika vírus e 211 de chikungunya. Nenhuma morte foi confirmada. O boletim não especifica os casos confirmados no ano anterior, mas apresenta a evolução dos casos prováveis: os de zika subiram 49,5%, de 123 em 2023 para 173 em 2024. Já os de chikungunya tiveram alta de 379,7%, saltando de 59 para 283.

Com 4.025 casos confirmados e uma morte registrada, o Acre teve a segunda maior incidência de dengue na região Norte em 2024. Foram 841,3 casos prováveis a cada 100 mil habitantes, índice inferior apenas ao do Amapá (1.315,3). Em nível nacional, o estado ficou na 13ª posição.

Os casos prováveis somaram 7.409, uma redução de 3,8% em relação a 2023, quando houve 7.705 notificações. O mês de dezembro teve o maior número de registros, com 2.129 casos prováveis, seguido por janeiro e novembro. Junho foi o mês com menos ocorrências, totalizando 94.

Diante do avanço da dengue e do aumento de síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), a Sesacre declarou emergência sanitária em todo o estado. Segundo o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, foi elaborado um plano de contingência que conta com a participação de diversos órgãos para reforçar as medidas de controle da doença.

As autoridades de saúde recomendam a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, como forma mais eficaz de prevenção. Medidas como manter caixas d’água fechadas, descartar pneus e recipientes que possam acumular água e evitar o acúmulo de lixo são essenciais.

Entre os principais sintomas da dengue e de outras arboviroses estão febre, dor de cabeça, dores musculares, vômitos, fraqueza e hemorragias. Pessoas com doenças crônicas, gestantes, crianças menores de dois anos e idosos acima de 65 anos apresentam maior risco de complicações graves.

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