Com falta de médicos, população não consegue atendimento em URAPs de Rio Branco: ‘Vou voltar para casa do mesmo jeito’

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Foto: Jardel Angelim/Rede Amazônica

Com o encerramento do concurso temporário que só poderia ser prorrogado até o último dia 31 de dezembro, cerca de 20 médicos foram exonerados do quadro de funcionários do município de Rio Branco. Por conta disso, Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps) estão sem atendimento médico, fazendo com que a população tenha que voltar para casa sem o serviço.

Uma dessas pessoas que buscou atendimento e teve que ir embora nesta quarta-feira (8) foi o carpinteiro Antônio Custódio, que foi até à Urap Roney Meirelles. Ele disse que estava há quatro dias com tosse, garganta seca, febre e dor no corpo, mas conseguiu apenas fazer o teste para a Covid-19 na URAP Roney Meirelles, uma das unidades sem médicos.

O carpinteiro complementou ainda dizendo que esta não foi a primeira vez que ele procurou por ajuda médica.
“É sempre que acontece isso. Vou voltar para casa do mesmo jeito, porque ninguém tem uma solução. Então se eu soubesse que vinha aqui cansar, eu tinha ficado em casa, procurava um remédio caseiro”, disse.

Profissionais também adoeceram

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), Jean Marcos Lunier, ressaltou que além da baixa apresentada por conta do concurso, cerca de 12 profissionais também adoeceram, o que aumentou ainda mais a diminuição no número de médicos.

“Os profissionais estão sendo acometidos de Covid, então, a gente veio acompanhar e ver a situação. E também pedir providência à Prefeitura e à Secretaria de Saúde para que eles vejam essa situação da falta de profissionais. Já tem um déficit de profissionais, eles precisam ver um meio para contratar mais profissionais para que o atendimento não seja atingido, e a população seja assistida”, falou Jean.

Remanejamento

O secretário municipal de saúde, Rennan Biths, comentou que a saída dos médicos impactou significativamente no quadro, porém assegurou que há um concurso em andamento que já está em fase de convocação, que vai fazer com que essa defasagem seja suprida.

“É importante registrar que nós temos feito um esforço de remanejar os profissionais que nós temos à disposição para garantir o atendimento em todas as unidades. Hoje [8] aqui, por exemplo, no Roney Meirelles nós temos um médico atendendo, justamente diante desse esforço de estar mobilizando os recursos que nós temos à disposição para regularizar minimamente”, explicou.

Sobre o prazo para a regularização desta necessidade, Renan comentou que há prazos legais para a convocação, apresentação de documentação e de exames médicos dos convocados.

“É importante destacar que nós estamos em conversas permanentes com a Secretaria Estadual de Saúde para que a gente possa avaliar os parâmetros do momento, especialmente com relação ao aumento da Covid, e também das arboviroses para que a gente possa decretar estado de emergência em saúde e, a partir daí, fazer uma contratação emergencial de médicos para atender essa demanda“, esclarece.

Sobre essa urgência envolvendo a falta de profissionais, o prefeito em exercício, Alysson Bestene, descreveu que serão usadas alternativas emergenciais para repor as equipes e reforçá-las.

Urap não tem médicos em Rio Branco — Foto: Jardel Angelim/Rede Amazônica

Atendimentos

O secretário municipal de Saúde assegurou ainda que as pessoas que chegam nas unidades com a presença de sintomas estão sendo testadas e aquelas que estão recebendo o diagnóstico positivo também estão recebendo assistência médica e a dispensação do medicamento.

“Essa realização dos testes e a dispensação dos medicamentos está totalmente funcionando nas nossas unidades. É importante ressaltar que quem completou o ciclo vacinal está imunizado e isso traz um benefício importante para esse momento que a gente está vivendo, porque apesar do alto número do registo de casos, esses casos estão se apresentando de uma forma leve”, atestou ele.

Sobre a vacinação, o secretário comunicou que a Secretaria Estadual de Educação (SEE-AC) recebeu um lote de vacinas, com 15 mil doses para o Estado, sendo que para a capital foram distribuídas 8 mil doses.

“Hoje as vacinas são direcionadas especialmente para públicos específicos que são idosos, gestantes, crianças e aqueles pacientes que apresentam algum tipo de comorbidade, e aqueles que não conseguiram completar o ciclo. Então se o cidadão tomou as duas doses da vacina, ele está imunizado”, certificou.

Fonte: G1/AC

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