O vereador eleito pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Neném Almeida, enfrenta dificuldades após sua prestação de contas ser rejeitada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e pela área técnica do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Além das irregularidades na arrecadação e aplicação de recursos durante a campanha, Almeida está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeitas de compra de votos no primeiro turno das eleições municipais de Rio Branco.
Segundo a Justiça Eleitoral e o MPE, a prestação de contas do vereador apresentou falhas graves, incluindo ausência de documentos obrigatórios, inconsistências em notas fiscais e despesas realizadas fora do prazo permitido. Uma nota fiscal no valor de R$ 10.200,00, emitida após o dia da eleição, foi considerada irregular. Também foram levantadas suspeitas de omissão de gastos, já que, embora grande parte dos recursos tenha sido destinada à produção de materiais gráficos, não houve comprovação da distribuição dos mesmos. A Justiça determinou a devolução do valor de R$ 10.200,00 aos cofres públicos.
Além das irregularidades contábeis, Neném Almeida foi um dos alvos da segunda fase da Operação Têmis, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, 29. A operação investiga um esquema de compra de votos em Rio Branco. Entre os dez mandados de busca e apreensão cumpridos na capital, Almeida e outros candidatos, incluindo o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), foram implicados. Marcus Alexandre, derrotado no pleito pelo atual prefeito Tião Bocalom, teve seu celular apreendido durante a operação.
A investigação teve início em setembro, quando a PF divulgou um vídeo em que uma líder comunitária oferecia atendimento médico gratuito em troca de apoio político a um candidato a prefeito. O material recolhido expandiu o alcance das apurações, revelando indícios de participação de Almeida e outros políticos no esquema de captação ilícita de eleitores.
A Operação Têmis segue em andamento, e as suspeitas contra Neném Almeida podem impactar sua posição na Câmara Municipal, colocando em xeque a legitimidade de sua eleição.