Momento de tensão: sem-teto fecham Aleac com autoridades importantes do Estado dentro

Após 17 dias acampados no hall de entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), famílias despejadas da área conhecida como “Terra Prometida” causaram grande tumulto ao bloquear as duas entradas da casa legislativa nesta segunda-feira, 9. O protesto ocorreu durante uma sessão que reunia deputados, secretários de Estado e autoridades de todos os poderes para discutir a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.

A confusão começou por volta das 11h, quando os manifestantes fecharam tanto a entrada principal quanto o estacionamento, impedindo a entrada e saída de pessoas. Entre os impedidos de acessar o prédio estava o deputado Chico Viga, que foi barrado e vaiado ao tentar entrar.

Deputado Chico Viga é impedido por manifetantes de entrar na Aleac/Foto: Folha do Acre

As famílias tiveram suas casas destruídas durante uma reintegração de posse realizada no mês passado e exigem uma solução das autoridades estaduais. “Estamos aqui reivindicando nossas casas. Fechamos essa entrada e também a saída pelo estacionamento. Só abriremos quando tivermos uma resposta concreta do poder público”, afirmou Josimar, um dos manifestantes.

Ao todo, 33 famílias participam do protesto, incluindo 18 crianças pequenas, reforçando a urgência de medidas para atender à situação de vulnerabilidade.

A situação foi parcialmente resolvida com a chegada de representantes da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Rio Branco e do promotor titular dos Direitos Humanos e Cidadania, Tales Ferreira. Após negociações, os manifestantes aceitaram liberar a entrada principal da Aleac.

Uma das soluções apresentadas foi o cadastramento das famílias para o programa de aluguel social, que pode atender temporariamente à necessidade de moradia. No entanto, muitos manifestantes afirmam que aguardam garantias mais efetivas antes de desmobilizar o protesto.

O episódio ressaltou a tensão entre as demandas urgentes das famílias e a capacidade do poder público em oferecer respostas rápidas e estruturadas para a crise habitacional. Enquanto aguardam desdobramentos, as famílias mantêm o acampamento na Aleac, reafirmando que só deixarão o local com um compromisso concreto das autoridades.