O Festival Pachamama: da Floresta aos Andes chega à sua 12ª edição com programação itinerante que já percorreu cidades brasileiras, bolivianas e peruanas, promovendo o acesso gratuito ao cinema e à cultura latino-americana. Após uma pausa devido à pandemia e à falta de patrocínio, o festival, iniciado em 2010, retorna em 2024 para reafirmar seu compromisso com a democratização cultural e a valorização das identidades locais.
As duas primeiras etapas do festival promoveram encontros com as comunidades e celebraram as narrativas amazônicas e andinas. A primeira etapa, realizada entre os dias 8 e 12 de outubro, passou por Xapuri, na Resex Chico Mendes, Cobija (Bolívia), Brasiléia e Assis Brasil, levando exibições de filmes ao ar livre em um grande telão. Já a segunda etapa, de 6 a 13 de novembro, ocorreu no Peru, com sessões gratuitas em Cusco, Lamas, Moyobamba e Pucallpa, realizadas tanto ao ar livre quanto em espaços fechados.
Essas etapas proporcionaram não apenas acesso ao cinema, mas também encontros enriquecedores com estudantes de Comunicação Social e cineastas da Amazônia peruana, fortalecendo laços culturais e promovendo debates sobre as narrativas que refletem a riqueza e diversidade da região.
Agora, o festival se prepara para a terceira etapa, que acontecerá em Rio Branco e Senador Guiomard, entre os dias 10 e 14 de dezembro. A programação inclui exibições de filmes, debates e atividades de formação em espaços estratégicos como o Cine Teatro Recreio, Filmoteca, Museu dos Povos Acreanos e Casa do Rio, com entrada gratuita.
Karla Martins, diretora artística do festival, ressalta a relevância do festival, que, segundo a artista, é referência para o cinema latino. “É uma retomada do Pachamama, no sentido de trazer de volta para a cidade de Rio Branco e para estado do Acre, um evento que tem relevância nacional e é considerado um evento de referência para o cinema latino, especialmente o cinema latino apresentado aqui no Brasil. Então, retornamos numa edição de retomada, sem as mostras competitivas, sem as várias mostras, uma mostra completa e com algumas atividades como: oficina de roteiro, que antecede o festival, as exibições e a Pacha Festa, que é um evento tradicional para encerrar o festival”.
A atriz pontua ainda a importância de “divulgar, chamar a população, convidar as pessoas para as sessões que são entrada franca, no Cine Teatro Recreio, que estarão aí ocupando as telas da cidade de Rio Branco, transformando a capital em um grande mosaico artístico cultural que repercute em toda a Amazônia Latina e em todo o Brasil, em todos os lugares onde são hispanohablantes”.
Vale destacar que o Festival Pachamama é mais que um evento de cinema: é uma plataforma para valorizar a cultura de fronteira, fortalecer a produção audiovisual amazônica e promover o desenvolvimento sustentável. A iniciativa também busca minimizar os impactos sociais e ambientais causados pela construção da Rodovia Transoceânica, ressaltando a cultura como um motor essencial para o bem-estar das comunidades da região.
Outro ponto, nesta edição, é a acessibilidade em libras, haverá intérprete nas sessões.
O projeto é realizado pela Saci Filmes, com aprovação pela Lei Paulo Gustavo, e conta com o apoio do Governo do Acre, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM).