Levantamento foi divulgado pela plataforma MeuPatrocínio, especializada em relacionamentos sugar. Dados apontam ainda que o Acre tem mais de 2 mil sugar mommies. Psicóloga alerta sobre aspectos e riscos a serem tomados antes de entrar neste tipo de relação.
Uma troca de interesses — que envolvem, principalmente, questões financeiras. O Acre registrou mais de 9 mil sugar daddies e mais de 2 mil sugar mommies em 2023. Isto é o que aponta um levantamento, feito pela plataforma Meu Patrocínio, especializada em relacionamento sugar.
Em inglês, sugar baby significa “bebê de açúcar”. A expressão nasceu nos Estados Unidos, no início do século 20, para definir a relação entre um homem mais velho e rico, o daddy (pai em inglês), que banca uma mulher ou um homem jovem, o(a) baby.
Ao todo, o site teve 47 mil usuários acreanos registrados na plataforma, entre os que bancam e os que querem ser bancados. São, ao todo, 9.009 sugar daddies e 2.072 sugar mommies, totalizando 11.081 pessoas interessadas em um relacionamento e que oferecem algo em troca.
O site Meu Patrocínio, especializado no serviço, conta com cerca de 16 milhões de usuários, tendo saltado de 1 milhão em 2016 para esse total até o momento em todo o país e é uma rede social para encontrar pessoas que estão em busca desta troca de interesses.
Sobre os que querem ser bancados, o levantamento também mostra que no estado há 35.920 pessoas interessadas neste tipo de relacionamento, sendo mais especificamente:
27.310 sugar baby mulheres; e
8.610 sugar baby homens.
“Nossa plataforma é um lugar para gente que partilha dos mesmos valores que envolvem o estilo de vida Sugar: honestidade e transparência”, disse Caio Bittencourt, CEO da plataforma.
Novas dinâmicas dos relacionamentos
O g1 conversou com a psicóloga Thais Santos sobre esse tipo de relacionamento. De acordo com a profissional, o número crescente desse tipo de relacionamento, que vai além de memes nas redes sociais e do capitalismo atual, advém das atuais mudanças sociais e culturais que enfrenta as dinâmicas dos relacionamentos tradicionais.
“O foco desse termo está principalmente nos grandes benefícios financeiros e nas experiências interpessoais que transcendem o convencional, tradicional e cisnormativo, em que as pessoas buscam se afastar de relacionamentos problemáticos e tóxicos. Então, o aspecto de que ambas as partes são beneficiadas também é um ponto principal”, frisou.
Ainda segundo a psicóloga, este tipo de relacionamento abre vários debates sobre a compreensão de relacionamentos em relação ao gênero, raça, qualidade de vida, estabilidade e satisfações com a vida.
“Como aspecto positivo, pode-se observar que as vantagens desses relacionamentos incluem a comunicação aberta entre ambas as partes, permitindo discussões sobre expectativas e desejos. Isso pode promover autoestima, crescimento interpessoal e responsabilidade emocional. Contudo, devemos estar atentos às desvantagens, especialmente no que diz respeito à autoestima e saúde mental. É fundamental ter consciência de todos os aspectos que envolvem esse tipo de relacionamento, como estigmas sociais, inseguranças, ilusões e dependência emocional e financeira, que podem ser prejudiciais para a saúde física e mental, desencadeando vários sofrimentos”, destacou.
G1/AC