Os cinco vereadores que podem ser o ‘fiel da balança’ na disputa pela presidência da Câmara de Rio Branco

Artigo de opinião

A velha política, seus métodos ultrapassados e seus agentes tão envelhecidos como o próprio Matusalém terão que se reinventar e entender que o momento é outro. Isso vale para aqueles que na surdina tentam empurrar goela abaixo chapas prontas para a presidência da Câmara de Rio Branco.

Rio Branco não é um sistema feudal onde um líder político seja senhor absolutista que  possa empurrar os seus e deixar o feudo menor para os demais absolutistas. 

Uma foto que começou a circular na tarde de terça-feira (22) nas redes sociais mostrou em algum lugar, em uma mesa, cinco novos vereadores sorridentes e seguros de que caminharão coesos e não serão massa de manobra. 

A foto que tirou o sossego de muita gente que gritava “ganhou” antes mesmo da largada reunia Zé Lopes (Republicanos), Márcio Mustafá (PSDB), Moacir Junior (Solidarieade), João Paulo Silva (Podemos) e Leôncio Castro (PSDB). Em comum, eles tem o fato de terem sido eleitos para o primeiro mandato de vereador, buscarem mudanças, não estarem sujeito a nenhum cacique e não serem submetidos a nenhum gestor já que lutaram com ‘unhas e dentes’ pelos próprios mandatos. Todos vieram da iniciativa privada e onde a livre concorrência não leva em consideração nomes julgados poderosos nas gestões. 

Na mesa não tinha nenhum dos Bestenes, representado pelo vereador Samir, que acreditam em perpetuação de poder como se outrora fosse uma capitania hereditária e nenhuma “mão do rei”, como chamam Joabe Lira, ambos candidatos à presidência da Mesa Diretora da Câmara de Rio Branco. 

A foto dos “meninos da independência” chegou sem legenda, portanto não posso dizer que dali algum se lançou candidato, mas posso dizer que pelas informações de bastidores eles estão dispostos a encarar o sistema, os sobrenomes e levar o que aprenderam da iniciativa privada: o que vale é a concorrência.

Prudentes, os moços se calaram com relação a declarações. Sentaram, deliberaram e viram os demais queimarem a largada.

Pelo que já conheço desse jogo, em 22 anos de experiência, é válido dizer que pode vir surpresa por aí. Eles podem até vir compor com alguém, mas o farão apenas se não se sentirem pressionados ou subjugados.

PS: significado de capitanias hereditárias

 As capitanias hereditárias foram uma forma de administração territorial implementada pela Coroa Portuguesa no Brasil colonial a partir de 1534. O sistema foi uma tentativa de dividir e organizar o vasto território brasileiro em áreas menores, chamadas de “capitanias”, que foram doadas a membros da nobreza portuguesa. Esses nobres, chamados de donatários, recebiam o direito de administrar, explorar economicamente e defender a capitania, além de poderem transmiti-la aos seus herdeiros, daí o termo “hereditária”.  

Mão do Rei

A expressão “Mão do Rei” faz parte do universo fictício da série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, que também inspirou a série de TV Game of Thrones. No contexto da história, a Mão do Rei é o título dado ao principal conselheiro e braço direito do rei. Quem ocupa essa posição tem autoridade para agir em nome do monarca, tomar decisões importantes e governar o reino em sua ausência.  A mão do Rei, age como se Rei Fosse.

Gina Menezes é jornalista e colunista política