Observatório Nacional esclarece tremores e fenômeno luminoso em Tarauacá
Após relatos de tremores de terra e luzes no céu de Tarauacá, no início de outubro, o Observatório Nacional, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgou nesta semana um esclarecimento sobre os fenômenos. A investigação foi solicitada pela deputada federal Socorro Neri, que acionou tanto o órgão quanto a Defesa Civil, após moradores relatarem abalos sísmicos e um fenômeno luminoso durante duas madrugadas consecutivas.
Segundo o Observatório, foram registrados quatro tremores de terra na região, com os mais intensos ocorrendo nas madrugadas dos dias 1º e 2 de outubro. As magnitudes desses eventos foram de 3,0 e 4,1 na Escala Richter, com uma profundidade de 112 km. O órgão informou que tremores com essa profundidade são comuns no Acre e geralmente não causam danos à superfície.
Além dos tremores, a aparição de luzes no céu, descritas como clarões, foi explicada pelo Observatório como “luzes de terremoto”, um fenômeno raro associado a descargas elétricas liberadas na crosta terrestre durante a atividade sísmica.
Tarauacá, localizada a cerca de 400 km de Rio Branco, está situada em uma área de risco sísmico, devido à presença de uma falha geológica que atravessa o Acre. A proximidade da cidade com as placas tectônicas Sul-Americana e de Nazca, localizadas na Cordilheira dos Andes, também contribui para a ocorrência frequente de abalos. De acordo com o Observatório, mais de 30 eventos sísmicos já foram registrados num raio de 200 km ao redor de Tarauacá desde 1990.
A cidade faz parte de um grupo de seis municípios brasileiros monitorados diariamente pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Embora a maioria dos tremores na região não seja percebida pela população, Tarauacá já registrou eventos significativos. Em janeiro de 2024, a cidade foi o epicentro de um terremoto de magnitude 6,6, o maior já registrado no Brasil, embora não tenha causado danos devido à sua profundidade.
As investigações sobre os recentes eventos sísmicos continuam, mas as autoridades afirmam que não há risco iminente para os moradores da região.