A região do Vale do Juruá registrou uma expressiva queda de 59% no número de queimadas nos últimos dias, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul. O comandante da corporação, Josadaque Cavalcante, atribuiu a redução ao aumento das chuvas, que têm sido mais frequentes, especialmente na última semana.
“Observamos uma redução considerável nos focos de incêndio na última semana em comparação à anterior, devido à maior quantidade de chuva. Entre os dias 8 e 14 deste mês, registramos 33,4 litros de chuva e 384 focos de incêndio, com 82 ocorrências atendidas. Já na semana seguinte, entre os dias 14 e 21, tivemos 70,4 litros de chuva, resultando em uma queda significativa, com apenas 156 focos e 64 ocorrências”, detalhou o comandante.
Segundo Cavalcante, o aumento das chuvas desempenhou um papel crucial na hidratação da vegetação, dificultando a propagação do fogo. Isso permitiu que as equipes de combate atuassem mais rapidamente. “A vegetação mais hidratada reduziu a propagação dos incêndios, permitindo que nossas equipes realizassem o combate antes que os satélites identificassem os focos de calor”, explicou.
Apesar da melhoria, o Corpo de Bombeiros mantém o alerta na região, com 20 homens e sete viaturas mobilizados diariamente para o combate às queimadas. O comandante alertou que, embora o risco tenha diminuído em muitas áreas, regiões como o Projeto Santa Luzia e o Ramal 3 ao 7 ainda apresentam vulnerabilidades, onde a vegetação permanece seca e as temperaturas elevadas favorecem novos focos.
Além do combate, o Corpo de Bombeiros reforça as ações de prevenção e conscientização junto à população. “Ainda contamos com a colaboração dos moradores para evitar novos incêndios, especialmente em áreas de vegetação seca”, destacou Cavalcante.
A redução das queimadas também trouxe impactos positivos para a qualidade do ar em Cruzeiro do Sul, que, segundo o comandante, já está dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), graças ao aumento das chuvas.
As autoridades, no entanto, alertam que a situação exige monitoramento constante, sobretudo em áreas isoladas e com vegetação ainda vulnerável.