O médico acreano Andrade Lopes Santana foi brutalmente assassinado, e seu colega, Geraldo Freitas Júnior, foi condenado a 17 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão pelo crime. A sentença foi proferida no Fórum Filinto Barros, em Feira de Santana, na madrugada desta sexta-feira (27), após um extenso julgamento que durou 20 horas e teve início na manhã de quinta-feira (26).
Andrade, natural do Acre, desapareceu em 24 de maio de 2021, quando se dirigia de Araci para Feira de Santana. Seu corpo foi encontrado quatro dias depois, no Rio Jacuípe, a cerca de 20 km da cidade. A brutalidade do crime chocou a comunidade acreana e despertou a atenção nacional, uma vez que Andrade era um profissional respeitado em sua área.
O julgamento, inicialmente marcado para dezembro de 2023, foi adiado a pedido da defesa de Freitas, que solicitou a mudança da comarca de origem, argumentando que o local do crime poderia influenciar a decisão do júri. O advogado de Freitas alegou que Andrade, que era um médico de destaque em sua comunidade no Acre, tinha uma reputação sólida e que o caso merecia uma análise justa.
A investigação revelou que Andrade foi assassinado com um tiro na nuca, e seu corpo foi encontrado amarrado a uma âncora, indicando uma tentativa de ocultar o crime. Geraldo Freitas, que se formou em medicina com Andrade em uma faculdade na Bolívia, confessou ter cometido o crime e buscou registrar o desaparecimento do colega na delegacia.
De acordo com as apurações, a motivação para o assassinato foi um desentendimento financeiro entre os dois médicos. Freitas havia comprado uma caminhonete em nome de Andrade, mas não cumpriu com o pagamento acordado. Apesar da defesa alegar que não houve intenção de matar, as evidências apontam para premeditação, uma vez que Freitas levou Andrade ao local do crime armado e com uma âncora.