Família de jovem morto na Expoacre no ano passado cobra por justiça na última noite da feira em 2024

Na noite de encerramento da Expoacre 2024, familiares de Wesley Santos da Silva, jovem morto durante a edição anterior do evento, e de sua companheira, Rita de Cássia, que foi ferida no mesmo episódio, organizaram um protesto pedindo por justiça e segurança. Wesley foi morto a tiros pelo policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, que segue preso e aguarda julgamento pelo tribunal do júri.

O crime ocorreu em agosto de 2023, dentro de um estande na última noite da feira. Raimundo Nonato confessou ser o autor dos disparos que tiraram a vida de Wesley e feriram Rita de Cássia. O Ministério Público do Acre denunciou o acusado, que será julgado por homicídio e tentativa de feminicídio.

Durante a manifestação, que ocorreu em meio à multidão presente na Expoacre, os familiares enfatizaram a necessidade de maior segurança no evento. Em entrevista ao site de notícias Contilnet, a advogada da família de Wesley, Juciele Rodrigues, explicou o objetivo do ato. “Estamos aqui para lembrar o que aconteceu e para pedir por segurança, principalmente dentro do parque, que é um local de lazer para as famílias”, afirmou.

Isa Souza, mãe de Wesley, também esteve presente no protesto e falou sobre o impacto emocional da perda de seu filho. “O sentimento é de revolta, tristeza e muita angústia pela perda dele. A falta que ele faz na nossa família é imensa. Ele tinha dois irmãos pequenos e era o provedor da casa. […] Toda a família dele sente muita falta, é muito revoltante, é algo muito triste, muito triste mesmo”, desabafou.

Juliana Lopes, mãe de Rita de Cássia, também participou do ato e relatou o impacto que o incidente teve em sua família. “Minha filha não conseguiu vir. Eu não consigo explicar o sentimento […] Só de estar nesse local, dá uma tristeza, dá uma angústia no coração”, disse Juliana, visivelmente emocionada.

Isa Souza, ao descrever a dor que a morte de Wesley trouxe à sua família, reforçou a gravidade da tragédia. “Ficamos todos destruídos, principalmente eu, como mãe, e o pai dele […] Todos os dias lembramos dele, vendo as coisas dele, a comida que ele gostava de comer, as músicas que ele gostava de escutar”, contou Isa. “É uma dor destruidora.”

Juliana Lopes reforçou a dimensão da perda para sua própria família, mencionando o impacto emocional sobre todos os envolvidos. “Ele conseguiu abalar três famílias […] Eu como mãe não aceito, minha filha com balas no corpo por conta de um assédio”, declarou Juliana.

A manifestação buscou não apenas relembrar a tragédia, mas também conscientizar o público e as autoridades sobre a importância da segurança em grandes eventos. “Queremos que o parque seja um local de paz, onde a família acreana possa se divertir com tranquilidade e segurança”, destacou a advogada Juciele Rodrigues.

O movimento também representa um apelo por justiça, com a expectativa de que o responsável pela morte de Wesley seja devidamente punido. “Estamos aqui pedindo por justiça e temos certeza de que ela será feita, com a punição do responsável pelo que aconteceu”, concluiu Juciele.

O julgamento de Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto ainda não tem data definida, mas a expectativa das famílias das vítimas é de que o processo ocorra em breve, trazendo um desfecho para o caso que chocou a comunidade durante a Expoacre 2023.