Desembargadora Eva Evangelista deixa a magistratura após quase 50 anos de serviços prestados à Justiça acreana

Eva Evangelista foi a primeira mulher a exercer a Presidência da Corte de Justiça do Acre, e a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral

Nesta quarta-feira, 11 de setembro de 2024, encerra-se um dos mais brilhantes capítulos da história da Justiça acreana. Com a aposentadoria compulsória da Desembargadora Eva Evangelista, após 49 anos de dedicação ao Poder Judiciário do Acre, a magistrada deixa um legado notável para a Justiça acreana.

Eva Evangelista recebeu uma homenagem nesta quarta-feira, 11, na sede do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), onde atuou por quase cinco décadas. A cerimônia contou com a presença de representantes de todos os poderes.

O governador Gladson Cameli destacou a importância da magistrada para a Justiça acreana em suas redes sociais: “Que trajetória inspiradora para todos nós que tivemos a oportunidade de testemunhar a história de uma mulher que não apenas compreende, mas pratica a verdadeira justiça e o amor ao próximo. Desembargadora, Vossa Excelência dedicou quase 50 anos de sua vida ao Poder Judiciário e, paralelamente, contribuiu com todos os setores da vida pública do nosso estado. Esse é o legado vivo da juíza, esposa, mãe, amiga e autêntica acreana, Eva Evangelista.” — escreveu Cameli.

Além do governador, inúmeras autoridades também prestaram homenagens à desembargadora, incluindo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Acre (OAB/AC), Rodrigo Aiache, que escreveu: “Com uma trajetória de 49 anos de luta e dedicação, Ela fez e faz história ao ser a primeira juíza e desembargadora acreana. Nascida no Acre, Eva Evangelista dedicou sua vida à Justiça, inspirando respeito e admiração. Além de juíza, foi professora e formadora de gerações. À frente de importantes projetos sociais, Eva foi uma defensora incansável do bem, guiando o Acre com prudência e compromisso. Aos 75 anos, mesmo com a toga repousada, seu legado de coragem e sabedoria continua vivo, eternizando seu nome na história da Justiça Acreana.” — disse Aiache.

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE EVA EVANGELISTA

Filha de migrantes nordestinos que chegaram ao Acre na década de 1940, Eva Evangelista foi a primeira mulher magistrada do estado, cargo que assumiu em 1975, aos 27 anos, na Comarca de Sena Madureira. Em 1984, aos 33 anos, ela ascendeu ao cargo de desembargadora do Poder Judiciário do Acre por promoção.

Eva também foi a primeira mulher a exercer a Presidência da Corte de Justiça do Acre, durante o biênio 1987-1989, e a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral em 1985.

Durante sua carreira, a desembargadora compôs vários órgãos do Judiciário, incluindo as Câmaras Cíveis do Tribunal de Justiça, e atualmente integrava a Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), a Comissão de Conflitos Fundiários e a Comissão Permanente de Avaliação Documental, ambas do Poder Judiciário acreano. Ela também coordenou o Projeto Cidadão e o Programa Justiça Comunitária, servindo de inspiração para a atuação de magistrados e servidores.

No dia em que completou 75 anos de idade, Eva Evangelista aposentou-se de suas atividades como magistrada, deixando um legado extraordinário para a Justiça acreana.