A crescente poluição do ar em Manoel Urbano, no interior do Acre, levou à suspensão das aulas na rede pública municipal de ensino. A decisão foi formalizada por meio de um decreto assinado pelo prefeito Raimundo Toscano Velozo, publicado nesta terça-feira (10) no Diário Oficial do Estado (DOE). A medida vale até sexta-feira (13) e afeta tanto as escolas da zona urbana quanto rural.
A suspensão das atividades escolares foi motivada pela péssima qualidade do ar na região, consequência da estiagem prolongada e do aumento das queimadas. De acordo com o decreto, o índice de partículas no ar em Manoel Urbano chegou a 107,86 µg/m³, muito acima dos 15 µg/m³ recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como limite seguro.
A situação tem impacto direto na saúde da população, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios e cardiovasculares. Com a piora das condições atmosféricas, a suspensão das aulas poderá ser estendida caso não haja uma melhora significativa na qualidade do ar nos próximos dias.
Impacto em outras regiões do Acre
O problema não se restringe a Manoel Urbano. Em Rio Branco, capital do estado, aproximadamente 22 mil alunos estão sem aulas desde o dia 3 de setembro, também devido à poluição causada pela fumaça das queimadas. Inicialmente, a suspensão estava prevista para durar até o dia 6, mas foi prorrogada até esta terça-feira (10). A expectativa é que as aulas sejam retomadas na quarta-feira (11), caso a situação melhore.
Além disso, a Secretaria Estadual de Educação informou que as aulas na rede estadual serão ministradas de forma remota nesta semana em diversas regiões do Acre, incluindo o Juruá, Purus, Baixo e Alto Acre. No entanto, as cidades de Tarauacá, Jordão e Feijó continuarão com atividades presenciais.
Emergência ambiental
A suspensão das aulas é uma das medidas preventivas adotadas em meio à crise ambiental no Acre, que enfrenta uma seca severa e um aumento expressivo no número de queimadas. O estado já havia decretado emergência ambiental devido ao alto risco de incêndios florestais e à falta de chuvas.