Deputado vai acionar o Ministério Público e a Unimed para garantir o atendimento médico aos autistas acreanos. Em reunião com mães que representam 300 famílias de autistas, Ulysses anunciou o repasse de recursos de emendas para apoiar a causa e um projeto de Lei obrigando planos de saúde a credenciar instituições de saúde e profissionais para promover o atendimento os pacientes portadores de TEA e TDAH nos municípios
Mais de 300 famílias do Acre com parentes portadores de Transtorno de Espectro Autista (TEA) e outras patologias correlatas estão vivendo um verdadeiro calvário. A Unimed cancelou o convênio de saúde (mesmo com mensalidades pagas) com uma clínica credenciada do Acre, e eles não podem ser atendidos. Desesperado, um grupo de mães, liderado Joelma Corrêa Lima, procurou o deputado Coronel Ulysses (União–AC) em busca de ajuda.
De pronto, Ulysses comprou a briga das mães dos autistas. E assumiu o compromisso de acionar o Ministério Público do Acre (MPAC) e a direção nacional da Unimed, além de disponibilizar recursos de emendas para atender os portadores de autismo, a maioria crianças e adolescentes. Além de atuar para resolver o problema emergencial, Ulysses surgiu a Joelma e a outras mães com as quais se se reuniu a criarem uma associação ou uma ONG (Organização Não-Governamental) para, assim, poderem atender melhor os pacientes.
Ulysses também determinou a sua assessoria jurídica e legislativa que promova análise, quanto a possibilidade de apresentar projeto de lei obrigando os planos de saúde em garantir credenciamento de instituições de saúde e de profissionais, a fim de promover o atendimento aos pacientes portadores de TEA e TDAH nos municípios onde a rede pública não atender a demanda, bem como manter os tratamentos em andamento de pacientes com as comorbidades derivadas de tais transtornos, quando houver descredenciamento.
Além disso, Ulysses quer celeridade na resolução do problema. Determinou à sua assessoria que identifique instituições de saúde no Acre, que estejam aptas a receber recursos de emendas individuais, a fim de promover o atendimento e tratamento multidisciplinar aos portadores das comorbidades derivadas desses transtornos e de outros afins.
“A situação é desumana; inadmissível. E, desde já, coloco meu mandato para resolver essa situação”, enfatizou Ulysses, durante reunião com Joelma e mães de outros autistas em seu escritório político em Rio Branco (AC). “Estou com vocês. E o sofrimento de vocês é o meu também”, disse Ulysses, considerando que o ato praticado pela Unimed é uma “desumanidade”.
A defesa de Ulysses em favor dos autistas não é de agora. Em janeiro, Ulysses se insurgir contra o veto do presidente Lula à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) destinado a financiar centros de referência a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A lei orçamentária prevê a destinação de recursos do orçamento federal à manutenção de centros para atender e acompanhar pacientes com a patologia.
À época, Ulysses articulou com outros congressistas a derrubada do veto. Para Ulysses, o não repasse de recursos aos centros “é uma maldade sem precedente desse (des)governo; é uma medida desastrada, de um governo malvado, e que ainda tem o disparte de afirmar é que ‘pai dos pobres’”.
A situação do autista no Brasil é uma incógnita. Além de o Estado brasileiro não dispor de atendimento adequado, o País não dispõe de dados estatísticos sobre o número de pessoas (e famílias) afetadas. A referência são os dados do órgão de saúde norte-americano – o Center for Disease Control and Prevention (CDC).
Nos anos 2000, os Estados Unidos registraram um caso de autismo para cada 150 crianças observadas. Em 2020, os números sofreram um salto gigantesco: um caso de transtorno para cada 36 crianças, segundo CDC. Daí, o Brasil utiliza os dados do organismo norte-americano para tentar mensurar o número de casos.
O que é o autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico e dificulta na interação social, na comunicação e no comportamento, em diferentes níveis. Segundo dados do CDC, o TEA atinge até 2% da população mundial e, no Brasil, estima-se que existam 2 milhões de pessoas com autismo.
Em outras palavras, o TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social e padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
Atualmente, os quatro tipos de autismo são:
A avaliação do autismo é multidisciplinar. A detecção se dá por meio de uma sequência de consultas e observações clínicas com diferentes profissionais de saúde. O autismo tem causas genéticas e ambientais. Em geral, ele é poligênico, ou seja, mais de um gene é afetado.
Conheça os sinais de alerta de uma pessoa autista (principalmente bebês):