Segurança agride estudantes em tentativa de desocupação de sala utilizada para estudos na Ufac

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No último sábado (17), o campus da Universidade Federal do Acre (UFAC) foi palco de um confronto significativo entre a equipe de segurança e os estudantes do curso de História. O incidente ocorreu quando o chefe de segurança, Edízio, envolveu-se em um altercação com Cristian Souza, Secretário Geral do Centro Acadêmico de História Licenciatura (CALICEH), durante uma tentativa de desocupação do antigo prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).

Cristian Souza relatou que, após a chegada da equipe de segurança, Edízio entrou em cena “eufórico, gritando, dizendo que a gente ia ter que sair sim”. Ele afirmou que, enquanto a diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFAC informava que os estudantes não precisariam sair, ele se virou para acessar sua sala e foi agredido pelo chefe de segurança. “Eu pego e recebo um soco do chefe de segurança”, contou Cristian.

A UFAC divulgou uma nota esclarecendo que a equipe de segurança não agrediu nenhum aluno e que a ação foi necessária após a invasão do prédio, onde os alunos teriam causado danos ao patrimônio. A universidade afirmou que a invasão e o desacato aos servidores são atos graves e que serão investigados pelas autoridades competentes. A UFAC também expressou solidariedade com o chefe de segurança e reafirmou seu compromisso com a integridade do patrimônio público e a segurança da comunidade acadêmica (Leia a nota na íntegra no final da matéria).

ORGANIZAÇÕES ESTUDANTIS E PROFESSORES SE MANIFESTAM SOBRE O CASO

Em resposta ao incidente, um abaixo-assinado, já com 54 assinaturas de professores da UFAC, foi iniciado para repudiar a agressão ao estudante. Os signatários destacam a gravidade da situação e a necessidade de uma apuração rigorosa dos fatos e que “Esse tipo de atitude – covarde e truculenta – é algo inaceitável e reflete uma visão autoritaria e absolutamente contrária aos princípios que regem o Estatuto dessa instituição Federal de ENSINO (IFE)”

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFAC também se manifestou sobre os acontecimentos. Em sua nota oficial, o DCE destacou que “a busca por um espaço próprio para as atividades do Centro Acadêmico de História é legítima”, mas sublinhou que “a conquista de qualquer espaço deve ocorrer por meio dos ritos administrativos adequados”. A nota expressou preocupação com a “maneira como a retirada foi conduzida”, mencionando relatos de violência, incluindo um segurança que teria agredido um estudante. O DCE afirmou que “a violência nunca deve ser uma resposta” e pediu que a UFAC “apure com rigor os fatos ocorridos e que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.”

Joaquim Calixto, estudante de Licenciatura em Inglês e membro do Centro Acadêmico de Licenciatura em Inglês (CALI), também comentou a situação. “Enquanto gestão do espaço representativo do curso de Letras Inglês, o CALI se nega a não expressar a visão da nossa gestão e da nossa base sobre essa situação. O desmonte dos centros acadêmicos é um plano que está sendo executado, e os estudantes enquanto categoria têm o dever moral de defender publicamente os companheiros do CALICEH.”

Ele continuou: “A gestão da universidade nos teme pois tem inúmeras razões para o temor. A negligência, as péssimas tomadas de decisão, as agressões e toda a truculência da administração superior está exposta, e não vai ser nesse momento que vamos nos calar. Os centros acadêmicos, membros do diretório central dos estudantes, há muito já não dependem de sua diretoria para fazer o enfrentamento das mazelas dos estudantes. Já fomos ameaçados pela reitoria e pela diretoria do DCE anteriormente, isso não nos fere nem causa medo, mas sim alimenta nossa força para lutar.”

Ana Laura Fadul, militante da União da Juventude Comunista (UJC), juventude ligada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e estudante de Ciências Sociais pela UFAC, comentou sobre o caso: “Infelizmente, o que vem acontecendo na UFAC é uma constante tentativa articulada pela própria administração superior de apagamento dos Centros Acadêmicos, que há pouco tempo têm sido reerguidos em cada curso pelos próprios estudantes. É um ataque direto aos estudantes; a reitoria nega os CAs como entidades legítimas e rasga o próprio regimento interno, usando violência através dos seus servidores, pois perdeu o controle.”

Ela acrescentou: “Durante a greve, os Centros Acadêmicos têm atuado em um movimento unificado que ajudou a expor a caixa preta de muitos problemas gerados pela atual reitoria. Os ataques aos estudantes são bem direcionados, principalmente para aqueles que estiveram à frente desse movimento. Não temos medo e não vamos parar. Mais elementos vão vir à tona, independente de como tentem nos coagir ou nos tirar dos espaços.”

NOTA OFICIAL DA UFAC

A Universidade Federal do Acre (Ufac) vem a público esclarecer os fatos ocorridos neste sábado, 17 de agosto, no campus sede, em Rio Branco, relacionados ao incidente envolvendo a equipe de segurança patrimonial e alunos do Centro Acadêmico de História.

Contrariamente ao que tem sido veiculado, informamos que a equipe de segurança da Ufac não agrediu nenhum aluno. A ação da segurança foi necessária após a invasão de um prédio público, onde alunos arrombaram a porta, causando danos ao patrimônio público. Durante a ocorrência, o chefe da segurança da Ufac foi desrespeitado e desacatado pelos alunos presentes.

Esclarecemos que a invasão, o dano ao patrimônio público e o desacato a um servidor público são atos graves e serão devidamente investigados pelas autoridades competentes. A Ufac, como uma instituição de ensino superior, não coaduna com a depredação de bens públicos nem com a falta de respeito aos seus servidores.

A Ufac também se solidariza com o chefe da segurança do campus e reafirma seu compromisso com a integridade do patrimônio público e a segurança de toda a comunidade acadêmica. A situação foi devidamente denunciada às autoridades, e medidas serão tomadas para que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.

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