Cerca de 38% das terras indígenas em território brasileiro estavam potencialmente em condição de seca severa ou moderada, segundo dados divulgados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta quarta-feira (14). No último mês, foram contabilizadas 32 áreas de terra indígenas em seca extrema — nível mais alto da classificação do órgão.
O diagnósticos mostra que 207 foram afetadas indígenas foram afetadas por seca severa e outras 173 pela seca moderada. A maior parte das áreas estão localizadas nas regiões Norte e Centro-Oeste. “A situação de seca em vários municípios do Amazonas vem desde 2023. E quanto mais tempo dura maiores são os impactos, sobretudo nos recursos hídricos”, afirma Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden. Desde julho, 20 municípios amazonenses estão em emergência pela seca.
Em todo o Brasil, 404 cidades estão em condição de seca extrema, segundo o Índice Integrado de Seca (IIS) — número quatro vezes maior do que em junho e 40 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando apenas 10 municípios foram classificados dessa forma. As regiões mais afetadas são o Sul da Bahia e Norte de Minas Gerais, onde municípios estão a mais de 100 dias sem chuvas.
As regiões mais afetadas incluem Amazonas, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. De acordo com os especialistas, a intensificação da seca se deve principalmente aos baixos índices pluviométricos, que resultaram em maior estresse vegetativo e umidade do solo reduzida.
A previsão é de que neste mês, mais cidades alcancem a seca extrema.
O Cemaden emitiu alerta um agravamento da seca em diversas regiões do Brasil, com destaque para Amazonas, Acre, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Em agosto, a seca deve continuar se intensificando na Bacia do Rio Paraná, e variar de severa a extrema em grande parte da região. A previsão é de um salto de 404 para 461 munícipios em seca extrema em agosto
Esse cenário mantém a área em estado de alerta, demandando medidas estratégicas para mitigar os impactos, especialmente o risco de incêndios. “A situação exige atenção e ações preventivas para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais”, afirma o alerta.
Fonte: CNN