Presidente da Adufac critica agressão contra estudantes e afirma que Ufac tem alta taxa de evasão

A Universidade Federal do Acre (UFAC) está enfrentando um momento de crise após um incidente de agressão envolvendo um estudante do curso de Licenciatura em História no último sábado (17). O episódio acirrou a tensão em torno de uma demanda antiga dos alunos do curso, que reivindicam a criação de um espaço físico adequado para o Centro Acadêmico.

Letícia Helena Mamed, presidente da Associação de Docentes da UFAC (ADUFAC), criticou fortemente a administração da universidade em relação ao episódio e à falta de resposta às reivindicações dos estudantes. Em uma declaração ao jornal Folha do Acre, Mamed afirmou: “Há meses a Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (ADufac) acompanha e apoia os/as estudantes do Curso de Licenciatura em História, que reivindicam um espaço físico digno, onde seja possível constituir o seu Centro Acadêmico. Trata-se de um dos cursos mais antigos e com maior número de alunos da UFAC, que hoje não dispõe dessa referência espacial, algo fundamental para a sua organização dentro da universidade.”

Ela destacou que a ausência desse espaço tem sido repetidamente ignorada pela administração da UFAC. “Conforme atestam os/as estudantes, essa reivindicação vem sendo negada ou simplesmente ignorada diversas vezes pela burocracia institucional”, afirmou Mamed.

A docente também fez um apelo para que a administração da universidade tome medidas concretas em resposta ao ocorrido e às reivindicações dos estudantes. “O lamentável fato ocorrido no último sábado (17/8) expressa o tensionamento máximo de um contexto de indefinição. Ao passo que nos solidarizamos com o estudante agredido e demais presentes à situação, repudiamos terminantemente o manuseio da violência nos espaços acadêmicos. Requisitamos uma resposta da Administração da UFAC quanto à apuração do fato e, principalmente, o atendimento da reivindicação histórica desses estudantes.”

Mamed ainda observou que a falta de solução para as demandas dos alunos compromete a estruturação e autonomia do movimento estudantil e contribui para a elevada taxa de evasão no curso de História. “Se atualmente enfrentamos altos índices de evasão estudantil na universidade, o que acontece com esses estudantes deveria ser mais um elemento para ampliar o diálogo institucional com a categoria, em busca de soluções coletivas e efetivas.”

RELEMBRE O CASO

No sábado, 17 de agosto, o campus da UFAC foi palco de um confronto entre a equipe de segurança e estudantes do Centro Acadêmico de História Licenciatura (CALICEH). Durante uma tentativa de desocupação do antigo prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, o chefe de segurança, Edízio, foi acusado de agredir Cristian Souza, Secretário Geral do CALICEH. A UFAC alegou que a ação de segurança foi necessária devido a danos ao patrimônio público causados pelos estudantes. Em resposta, professores iniciaram um abaixo-assinado contra a agressão, e o DCE manifestou preocupação com a condução da retirada e a violência envolvida. Joaquim Calixto, do Centro Acadêmico de Licenciatura em Inglês (CALI), e Ana Laura Fadul, militante da UJC juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e estudante de Ciências Sociais, também criticaram a situação, acusando a administração da universidade de tentar desmantelar os Centros Acadêmicos e reprimir a organização estudantil.