O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) está, desde segunda-feira (12), fazendo uma série de publicações nas redes sociais solicitando ajuda do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e até mesmo de organismos internacionais contra uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última quinta-feira (8), Moraes mandou bloquear R$ 50 milhões das contas do senador e suspendeu seu perfil no Instagram. Através do X (antigo Twitter), o bolsonarista protestou e disse que “possuía apenas mil reais” em sua conta bancária.
“URGENTE: O ministro Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio de 50 milhões de reais das contas do senador Marcos Do Val, que na realidade possuía apenas mil reais em sua conta. Mesmo assim, o senador continua pagando o plano de saúde de sua mãe, que está em tratamento contra o câncer. Essa decisão foi tomada sem qualquer comunicação ao Senado Federal ou ao presidente Rodrigo Pacheco, representando um ato de abuso de autoridade e uma medida arbitrária e criminosa. É crucial que o Senado Federal reaja a essa grave violação e defenda os direitos de um senador da República”, escreveu Marcos do Val.
Investigado
Marcos do Val é investigado desde 2023 pelo STF pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Uma das principais linhas de investigação é o suposto envolvimento do senador em um plano para gravar ilegalmente uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, com o intuito de comprometer as eleições de 2022.
Em janeiro de 2023, Do Val revelou que teria participado de uma reunião golpista com o ex-presidente Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira para tentar grampear o ministro do STF. Ele afirmou que o objetivo era forçar Moraes a falar algo que poderia ser usado como admissão de irregularidades no processo eleitoral e evitar a posse de Lula. Depois, negou que tentou atacar o ministro do Supremo. Ele é suspeito de obstrução do inquérito sobre o 8 de janeiro.
Em agosto de 2023, a Polícia Federal, sob ordem do STF, realizou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador, em busca de evidências que pudessem corroborar as acusações. À época, o bolsonarista teve suas redes sociais bloqueadas a mando da Corte.