O advogado acreano Wellington Silva trouxe à tona os perigos da “sextorsão”, um tipo de extorsão cibernética em que criminosos utilizam informações, fotos e vídeos de teor sexual para chantagear as vítimas. Segundo Silva, ele teve perfil das redes sociais hackeado, e imagens manipuladas por inteligência artificial divulgadas em seu nome, através de um blog, sem autorização.
“No dia 25 de agosto de 2024, uma pessoa desconhecida e não identificada entrou em contato comigo enviando um vídeo em que supostamente eu aparecia. E, em razão desse vídeo que essa pessoa criou, ela exigiu que eu pagasse a quantia de R$ 12 mil para que fosse imediatamente apagado”, declarou o advogado.
Silva relatou que após negar o pagamento de R$ 12 mil exigido pelos criminosos para que o material não fosse divulgado, o responsável enviou o link do blog com fotos, vídeos íntimos e palavras de baixo calão para os contatos pessoais e profissionais do advogado.
“Após eu me recusar a efetuar o pagamento, o cidadão começou a enviar o blog para os meus contatos, familiares e colegas de trabalho. Esse blog foi alimentado com fotos pessoais, fotos profissionais e o falso vídeo”, explicou.
Silva informou ainda que tomou todas as medidas legais cabíveis, incluindo o registro de boletim de ocorrência e diversas denúncias contra o blog que publicou o conteúdo.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões (Dcore), está à frente da investigação do caso. Segundo o delegado Yvens Moreira, casos como esse têm se tornado mais comuns com o avanço da tecnologia e o uso da inteligência artificial para a manipulação de imagens.
“Uma forma que tem ficado cada vez mais comum é a exigência de dinheiro relacionado ao uso de imagens com teor sexual, comumente chamamos de ‘sextorsão’. Esse crime ainda é agravado pelo acesso mais fácil a programas de edição de imagens”, afirmou Moreira.
Procedimentos
Em casos de “sextorsão”, a Polícia Civil adota uma série de procedimentos para tentar identificar os autores do crime e proteger as vítimas. “A primeira providência é registrar o boletim de ocorrência, pois permitirá à polícia requisitar a retirada das imagens da internet”, explica o delegado.
Além disso, ele orienta que as vítimas não enviem qualquer quantia em dinheiro, pois os criminosos costumam utilizar contas bancárias temporárias apenas para receber esses valores.
Para prevenir-se contra esse tipo de crime, Moreira aconselha que as pessoas evitem compartilhar fotos íntimas, mesmo que seja através de funções de visualização única em aplicativos de mensagens.
“Mesmo mensagens enviadas na função visualização única podem ser copiadas e gerar grandes transtornos no futuro. Caso receba mensagem de número suspeito, não responda e bloqueie o contato”, recomenda.
O delegado também alerta para o modus operandi desses criminosos, que geralmente agem através de disparos de mensagens em massa. “A partir do momento que alguém começa a responder, o criminoso passa a interagir com a vítima com o objetivo de amedrontar e conseguir uma vantagem econômica”, destaca.
Casos de extorsão, segundo Moreira, são frequentes em Rio Branco, ocorrendo como ameaças de teor sexual, alegações de envolvimento com facções criminosas, ameaças relacionadas a menores de idade, entre outros.
“A população deve estar sempre atenta e buscar informações sobre como se proteger na internet, adotando práticas seguras para evitar cair nesse tipo de armadilha.”, finaliza.
Fonte: agazeta.net