Acre tem superávit de 46 milhões de dólares nas exportações no 1º semestre de 2024

Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços na última quinta-feira, 4, mostram que a balança comercial no Acre, no primeiro semestre deste ano, fechou com com superávit de 46 milhões de dólares, superando o valor total de exportações registrado durante todo o ano de 2023.

As exportações, segundo os dados, somaram 48,6 milhões de dólares, enquanto as importações somaram 2,6 milhões de dólares. Já no ano passado, em 2023, o valor total de exportações foi de 45,8 milhões de dólares. Entre os principais destinos dos produtos estão Peru, Espanha, Emirados Árabes e China. A soja foi o principal produto exportado, figurando 44% no valor total, seguido da carne suína, com parcela de participação em 18% e também carne bovina, 10%.

Nesta semana, o Acre sediou o Encontro Trinacional da Integração Rota Quadrante Rondon, que reuniu autoridades nacionais e internacionais para debater a consolidação do corredor interoceânico como via principal do comércio exterior do sudoeste da Amazônia brasileira. O objetivo é que o Acre seja protagonista nessas discussões.

O titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, disse que essa é uma rota que muito tem a contribuir para o desenvolvimento não só do estado, mas de toda a região. Segundo ele, foi idealizado um roteiro, um mapeamento das atividades principais do estado para que esse corredor possa ser cada vez mais valorizado e fortalecido.

“O empreendedor acreano está dando respostas, visto que só agora no primeiro semestre ultrapassamos a marca de exportações do ano passado, então esse é um marco, um dado que demonstra que o empresário está acreditando nessa pauta e agora esse corredor é o que vai conectar o Acre ao resto do mundo e vai tornar o estado porta de entrada para o Brasil”, avaliou.

O estreitamento do diálogo e alinhamento das ações giram em torno da abertura do Porto de Chancay, no Peru, prevista para este ano. O evento reuniu empresários, políticos e diferentes setores, que debateram o fortalecimento do mercado internacional do Acre, focando nos desafios e medidas que podem ser tomadas.

O resultado foi um acordo firmado entre os governos do Acre e Rondônia, os departamentos de Pando e Beni (da Bolívia) e Madre de Dios e Puno (do Peru), visando à integração e ao fortalecimento da Rota de Integração Sul-Americana Quadrante Rondon.

“É um sonho antigo do Acre estabelecer um comércio intenso com os países andinos, a costa do Pacífico dos Estados Unidos e as nações asiáticas. Essa é uma saída econômica para nós, e já vem sendo trabalhada há muito tempo, mas, infelizmente, ainda não se tornou uma realidade. A localização geográfica do Acre torna mais fácil o comércio com os países vizinhos do que com o Sul e Sudeste brasileiro. Imaginem mercadorias que hoje demoram cerca de 45 dias para chegar na China, reduzir esse tempo para 15 dias, como seria? Isso tudo influencia na competitividade e custos logísticos dos nossos produtos”, analisou o governador do Acre, Gladson Cameli, durante o encontro.

Acre para o mundo

Outro destaque para o Acre é que o estado vai ser um dos cinco a compor o Documental Estratégia e Desenvolvimento, livro que será distribuído aos líderes mundiais durante o G20, encontro que reúne representantes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, para favorecer a negociação internacional. Em sua 19ª edição, será realizado nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ).

O diretor executivo da publicação, Marcus Guimarães, explica que um dos critérios da seleção é a relevância geográfica federativa. “O critério da escolha do Acre se deu pela importância de pertencer ao bioma Amazônia, que será um dos temas fundamentais do G20, sendo três eixos principais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade”, destacou.

Como chefe de Estado, o governador Gladson Cameli tem defendido, em seus discursos, que o Acre esteja no protagonismo de diferentes debates. Para ele, a projeção que a publicação vai dar ao estado é motivo de orgulho e gera sentimento de dever cumprido.

“Esse livro vai propiciar aquilo que cada estado pode receber de quem quer investir no Brasil, e o Acre foi selecionado devido ao fato de estar cumprindo todas as pautas ambientais, de modo que a gente possa trazer investidores para gerar emprego e renda. Me orgulha, porque foi uma escolha pessoal do presidente [Lula], para que a gente possa apresentar nosso estado para o mundo”, reforçou Cameli.