TARAPOTO, PERU – A deputada federal Socorro Neri, vice-presidente do Parlamento Amazônico (Parlamaz) no Brasil, participou da VIII Reunião Extraordinária do Parlamaz, realizada em Tarapoto, no Peru, nesta semana. Durante a agenda, Neri apresentou moção de apoio às redes da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA), e enfatizou a necessidade de conciliar desenvolvimento com conservação ambiental.
“Precisamos garantir a conciliação do desenvolvimento da qualidade de vida de quem habita nossa região com a preservação da nossa biossociodiversidade, fundamental para o equilíbrio climático global”, afirmou Socorro Neri.
O presidente do Parlamaz, Nelsinho Trad, ressaltou a força do colegiado na preservação ambiental desde sua reativação há quase quatro anos. Trad explicou que a escolha do Peru como sede do encontro tem um significado especial, pois foi no Congresso Peruano que o Parlamaz foi fundado em 1989.
A reunião de quarta-feira, 5 de junho, contou com a presença de delegações dos países membros e representantes de organizações dedicadas à preservação e desenvolvimento da Amazônia. Vanessa Grazziotin, diretora executiva da OTCA, reforçou o apoio do Parlamaz às redes de cooperação já estabelecidas, como a Rede de Autoridades de Água, a Rede de Autoridades Florestais e a Rede de Manejo Integrado ao Fogo.
“Estamos felizes em ver a força que os parlamentares estão dando para que a institucionalização do Parlamaz se transforme em realidade, uma decisão unânime dos governos dos oito países amazônicos durante a cúpula de Belém”, declarou Grazziotin.
O professor Carlos Eduardo Young, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, trouxe à discussão os impactos do desmatamento da Amazônia em outros biomas, como o Pantanal. Young alertou que a falta de chuva da Amazônia pode secar o Pantanal, levando a incêndios e à savanização de uma das áreas mais importantes do planeta.
A reunião também abordou a participação na próxima Conferência das Partes sobre Biodiversidade, a COP 16, a ser realizada em outubro em Cali, na Colômbia, e na COP 29 sobre Clima, em novembro, em Baku, Azerbaijão. Esses eventos são considerados oportunidades para avançar na agenda de bioeconomia e sustentabilidade da Amazônia.