Nesta terça-feira, 25 de junho de 2024, os professores da Universidade Federal do Acre (UFAC) decidiram, em assembleia promovida pelo Comando Local de Greve, manter a greve iniciada em 3 de maio. Apesar da decisão nacional pelo fim da paralisação, os docentes da UFAC optaram por continuar com a greve devido a demandas locais que ainda não foram atendidas.
A greve, que já dura quase dois meses, teve como motivação uma ampla pauta de reivindicações. Entre os principais pontos estavam a reestruturação das carreiras, a recomposição salarial, a revogação de normas educacionais implementadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022), incluindo o novo ensino médio, o reforço do orçamento das instituições de ensino e o reajuste imediato dos auxílios estudantis.
Durante a paralisação, as atividades acadêmicas foram interrompidas, afetando milhares de estudantes. O movimento busca pressionar as autoridades a atenderem essas demandas, visando à melhoria das condições de trabalho e da qualidade da educação oferecida pela UFAC.
Na reunião realizada na sede da Associação dos Docentes da Universidade do Acre (Adufac), o professor Gerson Albuquerque destacou a importância de debater os orçamentos da UFAC. “Buscamos desnaturalizar esses números, desnaturalizar a falta de recursos, desnaturalizar a ‘choradeira’ de que temos falta de recursos”, o professor ainda salientou em assembleia que “Ou vamos pra casa felizes com meia vitória e naturalizados que está tudo bem, ou mantemos o combate interno, e nós temos que continuar, não temos mais que tirar pautas, não temos mais que ignorar, isso precariza as nossas condições de trabalho”.
Embora nacionalmente tenha sido decidido pelo fim da greve, a UFAC continuará com a paralisação devido às suas pautas locais. A desmobilização geral, caso aprovada, deve ocorrer até 3 de julho. Nos dias 22 e 23 de junho, foram realizadas avaliações das propostas apresentadas, considerando a possibilidade de saída do sindicato nacional.
Apesar de nem todas as reivindicações terem sido atendidas integralmente, a assembleia reconheceu os avanços alcançados como uma vitória do movimento grevista. A saída coletiva, proposta pelo movimento nacional, terá um prazo para que todas as instituições se preparem adequadamente, com a dissolução do Conselho Nacional de Greve prevista para até 27 de junho, permitindo o retorno gradual às atividades.
A decisão final sobre o encerramento da greve no Acre dependerá então do retorno da mesa de negociações por parte da reitoria.