Mesmo cumprindo agenda no Peru, onde debate com autoridades peruanas a integração comercial entre o Acre e o país vizinho, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Luiz Gonzaga, declarou apoio ao movimento liderado por lideranças comunitárias e sociedade civil reivindicando a reabertura da estrada que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul.
Nesta terça-feira (25), moradores de Porto Walter foram às ruas protestar contra a interdição da estrada que liga os dois municípios acreanos. Os manifestantes alegam que está faltando combustível e até alimentos na cidade considerada isolada por causa da seca dos rios, principal meio de transporte na região.
Diante da iminência de um desabastecimento em Porto Walter, Gonzaga reafirmou apoio à reabertura da estrada após pedido de interdição por parte do Ministério Público Federal e Fundação Nacional dos Índios (Funai) pelo fato de parte do ramal estar inserido dentro de reserva indígena.
De acordo com Gonzaga, nessa época do ano os rios secam e o transporte de cargas fica inviável, acarretando desabastecimento e alta nos preços dos produtos. Ele pede que os órgãos analisem o caso com sensibilidade.
“Peço que os órgãos competentes tenham sensibilidade com o povo de Porto Walter que já sofre com o isolamento há muitos anos. Agora que a estrada foi aberta surgiu uma esperança para os moradores comprarem produtos mais baratos e até para procurarem atendimento médicos e outros serviços em Cruzeiro do Sul. O povo de Porto Walter merece dignidade e direitos”, disse Gonzaga.
O presidente da Aleac afirmou ainda que irá propor uma nova audiência pública com a presença de órgãos competentes e sociedade civil para debater a importância da estrada para a região de Porto Walter e outras cidades isoladas.
Erionio Melo, morador de Porto Walter, afirmou que quando a estrada foi aberta a viagem de Porto Walter a Cruzeiro do Sul durava cerca de 2 horas, mas que agora com a estrada fechada e os rios secos as embarcações demoraram até uma semana no trajeto.
“Quando a estrada foi aberta a gente conseguia ir até Cruzeiro em até 2 horas. Agora estamos ficando sem combustível e certos alimentos se estragam na viagem por causa da demora das embarcações durante as viagens por causa da seca dos rios”, disse.