Defesa da família de enfermeira morta por policiais cobra resultado do inquérito

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

A defesa da família da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, morta durante perseguição policial na BR-317 em dezembro do ano passado, cobra a conclusão do inquérito que está há seis meses na delegacia da Polícia Civil do Acre (PC/AC) do município de Senador Guiomard.

A enfermeira tinha 32 anos e morreu após ser baleada por policiais militares enquanto estava sob um surto psicótico e não atendeu o sinal de parada dos agentes de segurança. O caso ocorreu no dia 2 de dezembro de 2023, no município de Capixaba.

Uma investigação do Ministério Público do Acre (MPAC) apontou que foram disparados um total de 13 tiros de fuzil no carro de Géssica Oliveira quando ela dirigia na BR-317, durante uma crise psicológica.

Com várias perfurações no corpo, ela perdeu o controle do carro e invadiu o terreno de uma fazenda. Os policiais alegaram que ela estava armada e, por isso, atiraram. Após perceberem que a enfermeira estava morta, eles levaram o corpo para o hospital de Senador Guiomard. Além disso, sustentaram a tese de legítima defesa até que a investigação do MPAC mostrou que forjaram sobre a cena do crime.

O relatório do Ministério Público pede a condenação dos dois policiais. O texto também destaca que a arma encontrada no veículo não pertencia a enfermeira, pois o DNA encontrado era masculino. O inquérito da delegacia de Senador Guiomard pode apontar se outros policias também contra o carro.

Os sargentos da PMAC acusados pela morte foram presos, mas ganharam a liberdade e voltaram a trabalhar. A família agora busca uma resposta da delegacia do município no interior que não conclui o inquérito. O advogado de defesa disse que nem consegue falar com a delegado responsável e tem receio que a demora seja para proteger os envolvidos.

O juiz de Senador Guiomard já cobrou duas vezes da delegacia a conclusão do inquérito policial. Os pedidos foram feitos nos meses de março e maio e nenhum documento foi repassado ao Poder Judiciário.

“A Justiça é falha. Não trata os desiguais na medida das desigualdades. Eles estão soltos, ela está enterrada para sempre e as crianças órfãs. O que nós queremos é que o inquérito seja concluído”, diz o advogado da família de Géssica, Walisson Reis.

O advogado quer saber por que a Corregedoria da PMAC ainda não abriu um processo para a apurar o caso e uma possível expulsão dos envolvidos. E acusa até o Judiciário e o Ministério Público do Acre de não cobrarem as medidas que são obrigatórias e necessárias nesse caso.

“A gente quer saber por que essa amorosidade. Por que a Corregedoria ainda não abriu o processo de exclusão desses policiais? Visto que um dele é envolvido com crimes anteriores, dentro da corporação. Foi muita covardia o que fizeram com essa mulher e, até agora, as autoridades e o sistema de Justiça aqui do Acre não dão uma resposta para a família”, afirma Reis.

Em contato com a TV Gazeta, o delegado de Senador Guiomard, Rômulo Barros, informou que na próxima segunda-feira (17) vai repassar o inquérito finalizado para o Judiciário. De acordo com ele, a demora se deu porque havia muitas testemunhas para serem ouvidas.

Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para da TV Gazeta

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp