Após recurso do MP, policiais envolvidos na morte de criança no Preventório vão a julgamento

Os policiais envolvidos na morte da pequena Maria Cauane da Silva, de apenas 11 anos, durante uma operação policial em maio de 2018, no bairro Preventório, em Rio Branco, serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. O recurso foi obtido pelo Ministério Público do Estado do Acre, por meio de uma decisão favorável da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC). O caso envolve integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Segundo a denúncia, durante uma ação policial, foram efetuados disparos que mataram a menina, um homem, além de ferir outras duas pessoas. O homem que estava sendo procurado também foi morto.

O Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco havia desclassificado a ação dos réus para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e absolvido sumariamente alguns deles, sob a alegação de legítima defesa.

O MPAC interpôs recurso de apelação por considerar que as evidências eram suficientes para que todos os policiais fossem julgados por homicídio qualificado e lesão corporal grave.

Maria Cauane, Gleiton Silva Borges e Edmilson Fernandes da Silva Sales foram mortos por agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM-AC, no bairro Preventório, em Rio Branco, no mês de maio de 2018. À época, o comando do Bope afirmou que a menina já estava baleada quando a guarnição chegou ao local. A família contesta a informação, e desde o início alegou que o tiro que matou a menina partiu de um fuzil da PM, fato também apontado em laudo feito em agosto daquele ano.