Amazônia tem recorde de queimadas no primeiro semestre de 2024

O Brasil está sendo castigado por queimadas este ano, mesmo com a temporada de seca ainda no início. Nos primeiros seis meses, os números já bateram recordes nos principais biomas. O Pantanal e o Cerrado são o que têm a maior quantidade de focos de incêndio já registrada no período desde 1988, quando foi iniciado o monitoramento por satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na Amazônia, os casos de 2024 são os maiores dos últimos 20 anos. A única exceção é o Pampa, que sofre com chuvas devastadoras.

Na Amazônia, foram detectadas 12.696 queimadas nos seis primeiros meses de 2024, o que representa aumento de 76% em comparação ao mesmo período no ano passado. Em toda a série histórica do Inpe, o número deste ano no bioma só foi superado em 2003 (14.667) e em 2004 (14.486), quando os índices de desmatamento na floresta estiveram entre os mais altos da história da região.

Segundo especialistas, em geral, as queimadas na Amazônia têm ligação com a eliminação da vegetação. Porém, este ano, a combinação de queda no desmatamento e aumento pronunciado dos focos de fogo sugere que as queimadas estão associadas à mudança climática – o bioma passa por uma seca severa desde 2023.

No Acre, a população já sofre com o enfrentamento do período de estiagem, que segundo pesquisadores, esse ano há previsões de seca severa no estado. O principal adversário nesse período, além das queimadas, é a escassez de água. De acordo com dados da Defesa Civil, o Rio Acre, na capital acreana, registrou nesta terça-feira, 25, a marca de 1,79 metros, sendo este o ponto mais baixo dos últimos dez anos.