20 maio 2024

SUS enfrenta desafios no tratamento do câncer de pulmão; Acre é um dos estados que não forneceu dados

Por Vitória Lima, da Folha do Acre

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Um estudo realizado pelo Instituto Oncoguia revelou que o tratamento do câncer de pulmão no Sistema Único de Saúde (SUS) está defasado em cerca de 10 anos. A pesquisa comparou os tratamentos oferecidos pelo SUS com diretrizes nacionais e internacionais, apontando lacunas significativas na oferta de serviços.

De acordo com o levantamento, hospitais oncológicos do Acre, Mato Grosso e Pernambuco não forneceram informações para o estudo, o que evidencia a falta de transparência e de dados essenciais para a avaliação do sistema de saúde.
O estudo, intitulado “Meu SUS continua diferente do seu SUS?”, foi divulgado durante o 14º Fórum Nacional do Oncoguia, em São Paulo, na última quarta-feira (8). Seu objetivo foi identificar padrões e diferenças no tratamento oferecido pelos hospitais oncológicos do SUS em todo o país.

Uma das constatações mais preocupantes do estudo foi a escassa oferta de imunoterapia, considerada uma abordagem central no enfrentamento do câncer nos dias atuais. Apenas 2% dos hospitais avaliados oferecem essa modalidade de tratamento, que utiliza medicamentos biológicos para estimular o sistema imunológico a combater a doença.

Além disso, mais da metade (51%) dos hospitais respondentes não oferecem medicamentos essenciais, como erlotinibe e gefitinibe, destinados a pacientes com mutações específicas. Esses medicamentos, pertencentes ao grupo das terapias-alvo, foram incorporados ao SUS em 2013, mas ainda não estão disponíveis em muitos hospitais.

Outro ponto destacado pelo estudo foi a desatualização da Diretriz Diagnóstica e Terapêutica (DDT) do Ministério da Saúde para o tratamento do câncer de pulmão. Atualizada pela última vez em 2014, a DDT não inclui diversos tratamentos desenvolvidos na última década, como novos medicamentos em imunoterapia e terapias-alvo, que apresentam maior eficácia e menor taxa de complicações para os pacientes.

Diante dessas constatações, fica evidente a necessidade urgente de atualização e melhoria dos protocolos de tratamento do câncer de pulmão no SUS, garantindo acesso equitativo e de qualidade aos pacientes em todo o país.

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